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Congresso do Peru aprova novo governo

O gabinete de 20 membros, liderado pela primeira-ministra Ana Jara, passou com 55 votos a favor e 54 contra, além de nove abstenções


	Ollanta Humala: com vitória no legislativo, presidente não precisará nomear novo governo
 (foto/AFP)

Ollanta Humala: com vitória no legislativo, presidente não precisará nomear novo governo (foto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2014 às 16h28.

Lima, Peru - O Congresso do Peru aprovou por uma margem estreita o novo gabinete do presidente Ollanta Humala, evitando uma crise política impulsionada pelas exigências de membros da oposição.

O gabinete de 20 membros, liderado pela primeira-ministra Ana Jara, passou com 55 votos a favor e 54 contra, além de nove abstenções.

Com a vitória no legislativo, o presidente Humala não precisará nomear um novo governo.

"O que nós temos que fazer é virar a página e continuarmos trabalhando" disse o Humala a repórteres após o anúncio do resultado.

Congressistas da oposição exigiam várias mudanças, incluindo a suspensão das novas regras para os fundos de pensão privados, a retirada de um candidato polêmico que disputava a liderança da Organização dos Estados Americanos (OEA) e a remoção de vários ministros.

O Executivo disse que vai voltar atrás na decisão sobre os fundos e vai considerar a exclusão do candidato à OEA, mas se recusou a dispensar qualquer ministro.

"Um líder nunca deve ceder a cabeça de alguém de seu time para salvar a sua própria", disse a primeira-ministra Jara em uma coletiva de imprensa na noite de segunda-feira.

Analistas políticos dizem que a oposição no Congresso ganhou força com o governo de Humala chegando aos dois últimos anos de mandato.

Os oposicionistas começam a se posicionar antes das eleições de 2016, na qual o presidente não poderá concorrer por já ter sido reeleito pelo número máximo permitido de mandatos consecutivos.

O partido de Humala, Gaña Peru, não conseguiu a maioria do Congresso nas eleições de 2011, mas tem sido capaz de implementar sua própria agenda com a ajuda de siglas menores. A coalização parece estar se desfazendo agora, dizem analistas políticos.

Os conflitos entre legisladores e o Executivo se tornaram "muito comuns. Eles (o partido do presidente) não têm a maioria por lá", disse o antigo porta-voz de Humala, Carlos Tapia.

A aprovação automática de novos gabinetes era rotina até o começo deste ano, quando os legisladores atrasaram a aprovação do ex-primeiro-ministro Rene Cornejo.

Ele não durou muito como líder do governo e Jara assumiu em julho, se tornando a sexta pessoa a assumir o cargo de primeiro-ministro desde que Humala se tornou presidente.

Apesar das mudanças contínuas no gabinete, em geral realizadas para expulsar ministro impopulares, a popularidade de Humala continua fraca.

Uma pesquisa com 1.450 pessoas publicada na segunda-feira pelo instituto CPI mostrou que o presidente tem uma taxa de aprovação de 26%.

O enfraquecimento da economia e o sentimento de que os crimes estão aumentando prejudicaram a popularidade do governo. Fonte: Dow Jones Newswires.

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