Mundo

Congresso do Chile fecha acordo para aumentar aposentadoria em até 50%

Além do reajuste na aposentadoria, acordo do Congresso prevê a redução da tarifa do transporte público

Chile: Congresso busca avançar agenda social diante da onda de protestos (Henry Romero/Reuters)

Chile: Congresso busca avançar agenda social diante da onda de protestos (Henry Romero/Reuters)

A

AFP

Publicado em 21 de novembro de 2019 às 15h13.

Última atualização em 22 de novembro de 2019 às 11h21.

O Congresso chileno chegou a um acordo, na madrugada desta quinta-feira (21), para aumentar em até 50% a aposentadoria básica e reduzir na mesma proporção a tarifa de transporte público para aposentados, como parte da agenda social destinada a fazer frente aos protestos sociais.

Chamado "Marco de entendimento social", o acordo contempla um aumento das aposentadorias mínimas em 50% a partir de janeiro de 2020 para maiores de 80 anos, com uma alta de 110.210 pesos para 165.000 pesos (de 130 a 207 dólares).

Para quem tem entre 75 e 79 anos, o aumento será de 30% e, em janeiro de 2022, vai-se alcançar uma alta de 50% para o total dos beneficiários, cerca de 1,6 milhão de pessoas.

O convênio compromete também uma redução de 50% da tarifa normal do transporte público para maiores de 65 anos, junto com uma redução no valor dos medicamentos. Este gasto absorve grande parte do orçamento das famílias no Chile, onde os preços dos originais alcançam seu maior valor na América Latina.

"É um acordo importante, que vai fazer muito bem a muitos chilenos e chilenas idosos", celebrou nesta quinta o ministro da Fazenda, Ignacio Briones.

As aposentadorias baixíssimas recebidas pela maioria dos chilenos é uma das principais queixas sociais no país, que ganharam corpo no último mês para exigir uma reforma profunda do sistema privado - uma herança da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Marcadas por confrontos violentos com a polícia, saques e ataques ao metrô, as manifestações começaram em 18 de outubro e deixaram 22 mortos, mais de 2.000 feridos, entre eles, cerca de 200 com lesões oculares graves após serem alvos de tiros da polícia.

"É preciso sermos bem realistas com o que estamos fazendo. Me parece que este tipo de acordo evidentemente não soluciona nem esgota de forma alguma a questão social, mas de fato é um esforço muito importante", disse Briones, que assumiu a pasta da Fazenda após a mudança de gabinete por Sebastián Piñera.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaAposentadoriaChileProtestos no mundo

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA