Trump: o presidente, que anunciou sua decisão no Twitter, não apontou quando nem como aplicará a proibição (Sean Gallup/Getty Images)
EFE
Publicado em 26 de julho de 2017 às 16h38.
Washington - Ativistas, membros da comunidade LGBT, políticos e congressistas criticaram duramente a decisão anunciada nesta quarta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de proibir que os transexuais sirvam nas Forças Armadas do país.
As Forças Armadas americanas ficaram abertas "com efeito imediato" aos transexuais em junho de 2016 por decisão do governo do então presidente Barack Obama, mas o recrutamento de pessoas transgênero deveria começar em janeiro do ano que vem após um processo de previsão.
Trump, que anunciou sua decisão no Twitter, não apontou quando nem como aplicará a proibição e de que maneira ela afetará os transexuais que já estão dentro das Forças Armadas.
After consultation with my Generals and military experts, please be advised that the United States Government will not accept or allow......
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) July 26, 2017
....Transgender individuals to serve in any capacity in the U.S. Military. Our military must be focused on decisive and overwhelming.....
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) July 26, 2017
....victory and cannot be burdened with the tremendous medical costs and disruption that transgender in the military would entail. Thank you
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) July 26, 2017
O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, ressaltou que já existem americanos transgênero que "servem de maneira honorável" nas Forças Armadas e acrescentou: "Estamos com estes patriotas".
Por sua vez, a líder dos democratas na Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, afirmou em um comunicado que a decisão "cruel e arbitrária" de Trump "humilha" os transexuais que "deram um passo à frente" para ajudar ao país.
"Todos os patriotas americanos que estão qualificados para servir nas nossas forças armadas deveriam poder ajudar. E ponto!", enfatizou o ex-vice-presidente Joe Biden.
O senador republicano John McCain, que preside o Comitê de Serviços Armados do Senado, disse em um comunicado que "todos os americanos que queiram ajudar o nosso país capazes de cumprir com os requisitos devem ter a oportunidade de fazê-lo e de serem tratados como os patriotas que são".
Para o ex-secretário de Defesa Ashton Carter, que anunciou em junho de 2016 a abertura das Forças Armadas aos transexuais, a decisão de Trump envia "o sinal errado a uma geração mais jovem que está pensando no serviço militar".
Já a ex-soldado Chelsea Manning, a primeira grande fonte do WikiLeaks e que durante a sua condenação à prisão revelou que se sentia como uma mulher, pediu que deixassem de chamá-la de Bradley e se submeteu a um tratamento para mudar de sexo, comentou em sua conta no Twitter que a proibição de Trump é "covarde".
A União para as Liberdades Civis da América (ACLU) qualificou a ação de Trump de "desesperada e escandalosa", ao ressaltar que existe um "consenso claro" quanto não haver "nenhum custo ou desvantagens de preparação militar" associada à presença de transexuais nas Forças Armadas.
Trump justificou sua decisão, que diz ter tomado após consultar "generais e especialistas militares", afirmando que as Forças Armadas "não podem ser sobrecarregadas com os enormes custos médicos e perturbação que os transgênero causariam".