John McCain: "Organizaram um massacre", disse, a respeito das 750 pessoas mortas na repressão das manifestações de rua dos últimos dias (AFP/Getty Images / Pete Marovich)
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2013 às 13h08.
Congressistas americanos defenderam neste domingo o corte da ajuda militar ao Egito, depois que as forças de segurança egípcias mataram centenas de partidários do presidente destituído Mohamed Mursi nos últimos dias.
O senador John McCain, que propôs a suspensão da ajuda de 1,3 bilhão de dólares por ano concedida pelo governo americano depois da queda de Mursi no início de julho, disse que Washington arrisca perder a credibilidade se continuar ignorando a violenta repressão no Egito.
"Organizaram um massacre", disse, a respeito das 750 pessoas mortas na repressão das manifestações de rua dos últimos dias.
"Temos influência, mas quando não se usa esta influência, então a influência é perdida", disse McCain, um "falcão" republicano e frequente crítico da política externa de Obama, no programa "State of the Union" do canal CNN.
O senador Rand Paul, estrela em ascensão do Partido Republicano, também defendeu o corte da ajuda ao Egito, no programa "Fox News Sunday", advertindo que não acredita que os Estados Unidos mantenham "o apreço do povo egípcio quando observam um tanque americano na rua".
Obama cancelou na semana passada manobras militares conjuntas com o Egito, mas não suspendeu a ajuda ao Cairo, aliado chave no Oriente Médio e um dos dois países árabes que assinaram tratado de paz com Israel.
A Casa Branca se recusa a chamar de "golpe" a destituição de Mursi, o que significaria cortar a ajuda, argumentando que busca estimular o país a transitar para a democracia.
O senador democrata Richard Blumenthal disse que o governo deve "condicionar a futura ajuda a medidas específicas para a vigência da lei e o retorno à democracia".
"Não devemos cortar toda a ajuda. Não dispomos de boas opções a respeito. Mas das duas, existe mais possibilidades de proteger os interesses americanos se trabalharmos com os militares", disse no "Fox News Sunday."