Michigan John Dingell: o político foi presidente do poderoso Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Representantes durante quase 20 anos (AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 15h20.
Washington - O congressista mais veterano dos Estados Unidos, o democrata por Michigan John Dingell, anunciou nesta segunda-feira que não concorrerá às eleições após ter servido durante mais de 58 anos na Câmara dos Representantes americana.
"Não quero que o povo diga que estive tempo demais aqui", afirmou Dingell, de 87 anos, em uma entrevista ao jornal "Detroit News".
Dingell chegou à Câmara dos Representantes aos 29 anos de idade, em 1955, em uma eleição especial para substituir, precisamente, seu pai após seu falecimento, que mantinha a cadeira de legislador desde 1933.
Desde então, Dingell serviu sob o mandato de 11 presidentes.
Durante suas quase seis décadas na Câmara dos Representantes, Dingell ajudou a aprovar legislações históricas como a lei de Ar Limpo de 1963, a dos Direitos Civis de 1964 e a Seguridade Social "Medicare" para maiores de 65 anos de 1966.
Mais recentemente, o democrata respaldou a Lei de Cuidado Acessível, conhecida como "Obamacare".
Além disso, Dingell foi presidente do poderoso Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Representantes durante quase 20 anos.
Ao falar de sua decisão, Dingell culpou tanto sua idade como a dificuldade para chegar a firmar compromissos dada a azeda divisão entre republicanos e democratas dentro do Congresso atual.
Dingell descartou que pudesse perder a reeleição no pleito legislativo de novembro, mas disse não ter certeza de que seria "capaz de cumprir com os dois anos de mandato".
"Está muito difícil devido trabalhar na Câmara, por causa da amargura e do rancor no Congresso e nas ruas", indicou em sua entrevista.
Dingell é, além disso, um dos dois membros da câmara que lutaram na Segunda Guerra Mundial, junto com o republicano do Texas Ralph Hall.
Dingell é conhecido por suas exaustivas perguntas durante as audiências e foi um defensor da indústria do automóvel, onde trabalhavam grande parte de seus eleitores.
Sua cadeira, representante de um sólido distrito democrata, não corre perigo de ser arrebatado pelos republicanos, e especula-se que possa ser ocupado por sua esposa, Deborah, antiga executiva da General Motors.