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Confrontos de ELN e dissidências das Farc deixam 16 mortos na Colômbia

Presidente afirma que conflito se deve à "fronteira porosa" que país divide com a Venezuela

Presidente da Colômbia, Ivan Duque, em pronunciamento após reunião do conselho de segurança (AFP/AFP)

Presidente da Colômbia, Ivan Duque, em pronunciamento após reunião do conselho de segurança (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 3 de janeiro de 2022 às 17h21.

Última atualização em 3 de janeiro de 2022 às 17h47.

Ao menos 16 pessoas morreram em confrontos entre o ELN, a última guerrilha reconhecida na Colômbia, e dissidências das Farc que se afastaram do acordo de paz, em uma região fronteiriça com a Venezuela, informou a Defensoria Pública nesta segunda-feira, 3.

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"Temos o registro de 16 pessoas assassinadas na área rural do departamento" de Arauca (nordeste), disse o presidente da entidade, Carlos Camargo, sem especificar se há civis entre as vítimas.

Juan Carlos Villate, responsável pela vigilância dos direitos humanos no município de Tame, localizado em Arauca e um dos cenários dos atos de violência, garantiu à W Radio que "o número já subiu para 24 pessoas mortas em menos de 24 horas".

Sem dar um balanço oficial, o presidente conservador Iván Duque afirmou que os confrontos no departamento de mais de 300.000 habitantes se devem aos 2.200 quilômetros de "fronteira porosa" que a Colômbia divide com a Venezuela, onde o governo "permite o assentamento de grupos armados ilegais".

"Os dois grupos tiveram proteção e guarida do regime de Nicolás Maduro [...] onde há muito tempo há uma prática não só de tolerância, mas de proteção ativa destes grupos”, disse o presidente colombiano em entrevista à emissora La FM.

Colômbia e Venezuela romperam relações logo após Duque chegar ao poder em agosto de 2018.

O ELN é reconhecido como o último grupo guerrilheiro do país após o desarmamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que negociaram sua desmobilização em um acordo com o governo do Prêmio Nobel da Paz Juan Manuel Santos em 2016.

Sua base é estimada em cerca de 2.500 homens e mulheres, de acordo com o centro de estudos independente Indepaz.

Os dissidentes das Farc somam cerca de 5.200 combatentes sem comando unificado, sendo a maioria (85%) novos recrutas que nunca integraram a extinta organização rebelde, segundo a mesma fonte.

Dissidentes, ELN e criminosos de origem paramilitar disputam o tráfico de drogas na região.

Embora o acordo de paz tenha atenuado a violência política, a Colômbia sofre uma ofensiva de grupos armados com massacres, assassinatos seletivos e deslocamentos forçados.

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