Mundo

Conflito no Sudão do Sul já causou deslocamento de um terço da população

Cerca de 4,3 milhões de pessoas deixaram o país em cinco anos de guerra entre o governo local e um grupo armado de oposição, segundo a ONU

Sudão do Sul: 7 milhões necessitam de assistência humanitária urgente no país, de acordo com a Organização das Nações Unidas (Nichole Sobecki/AFP)

Sudão do Sul: 7 milhões necessitam de assistência humanitária urgente no país, de acordo com a Organização das Nações Unidas (Nichole Sobecki/AFP)

E

EFE

Publicado em 16 de maio de 2018 às 15h45.

Juba - O secretário para Assuntos Humanitários da ONU, Mark Lowcock, disse nesta quarta-feira que o conflito no Sudão do Sul causou o deslocamento de cerca de 4,3 milhões de pessoas, quase um terço da população do país, enquanto 7 milhões necessitam de assistência humanitária urgente.

Lowcock chamou as partes beligerantes para que cessem imediatamente as hostilidades, em entrevista à imprensa na capital, Juba, feitas ao final de uma visita de dois dias ao Sudão do Sul.

O representante da ONU destacou que "o conflito no Sudão do Sul entrou em seu quinto ano, a população segue sofrendo de forma inimaginável e até o momento o processo de paz não deu frutos".

Segundo Lowcock, 7 milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária neste ano e "a situação segue piorando".

"A economia colapsou e os combatentes aplicam uma política de terra queimada, (fazendo) assassinatos e estupros que infringem a lei internacional", acrescentou.

Durante a estadia no país africano, Lowcock se reuniu com representantes do Governo, da oposição armada e das organizações humanitárias, e visitou acampamentos de deslocados na capital e na cidade de Yai, no sul do país.

Lowcock indicou que nesses acampamentos os sul-sudaneses afetados pela guerra pedem uma diminuição da violência como máxima prioridade para pôr fim ao sofrimento.

Além disso, o enviado destacou que os voluntários necessitam trabalhar em "um ambiente seguro sem obstáculos" e acusou as partes em conflito de ameaçar a vida destes trabalhadores e de saqueá-los, além de impor "taxas" para permitir a passagem dos comboios humanitários.

Segundo dados da ONU, cerca de cem trabalhadores humanitários morreram no Sudão do Sul desde que explodiu o conflito entre o Governo e a oposição armada em dezembro de 2013, que continua até o momento apesar do acordo de paz selado em agosto de 2015.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaCrise políticaGuerrasONURefugiadosSudão do Sul

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru