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Conflito na Ucrânia já matou mais de 3,5 mil, aponta ONU

Números do relatório foram recopilados até 21 de setembro e incluem as 298 vítimas do avião da Malaysia Airlines que foi supostamente abatido por um míssil

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 16h14.

Genebra - O conflito bélico na Ucrânia causou a morte de pelo menos 3.543 pessoas, segundo um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que especifica que estas mortes são as que puderam ser documentadas, mas que o número real de vítimas mortais é muito maior.

Os números do relatório foram recopilados até 21 de setembro e incluem as 298 vítimas do avião da companhia Malaysia Airlines que foi supostamente abatido por um míssil quando sobrevoava o território do leste da Ucrânia.

O relatório foi apresentado hoje perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU por Ivan Simonovic, secretário-geral adjunto para Direitos Humanos, que indicou que os analistas no terreno registraram um "aumento nítido" de assassinatos desde meados de julho até finais de agosto, com uma média de 36 mortes por dia.

O número de mortos seguiu aumentado em setembro, com uma média de 42 pessoas assassinadas por dia, até que foi assinado o acordo de paz, em 5 de setembro, e desde então, a média de mortos se situou em torno de 10.

A missão da ONU na Ucrânia seguiu documentando nos últimos meses os crimes cometidos pelos grupos armados nas áreas sob seu controle, violações que incluem sequestros, assassinatos, tortura física e psicológica, e maus tratos, entre outros.

Os grupos pró-Rússia sequestram pessoas para obter dinheiro, para usá-los como trabalhadores forçados e para trocá-los por combatentes que estão em mãos das autoridades ucranianas.

"A lei e a ordem foram substituídos pelo império do medo e da intimidação", afirmou Simonovic.

O número exato de pessoas que estão em mãos dos grupos armados é estimado entre 500 e 800, presos que são constantemente submetidos a maus tratos, especifica o relatório.

Por outro lado, o texto faz referência aos deslocados internos, cuja situação Simonovic definiu como "alarmante".

Em um apenas um mês, entre meados de agosto e meados de setembro, o número de pessoas deslocadas registradas dobrou: 275.498, embora o número real possa ser muito maior.

Finalmente, Simonovic se referiu às violações aos direitos humanos cometidas no resto do país e lembrou que ninguém assume responsabilidades pelos crimes cometidos durante os fatos do Maidan, as revoltas cidadãs em Kiev contra o governo de Victor Yanukovich, que terminaram com a morte de mais de 120 pessoas.

"O procurador-geral abriu 445 investigações, mas até o momento só 2 pessoas foram condenadas por maus tratos", disse.

Simonovic mostrou sua esperança de que o cessar-fogo de 5 de setembro e o Protocolo assinado no mesmo dia façam com que seja possível chegar a uma solução pacífica.

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