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Conflito na Ucrânia afeta mais de 5 milhões de pessoas

Mais de 5 milhões de pessoas, residentes nas áreas diretamente afetadas pelo conflito ucraniano, foram privadas de seus direitos fundamentais, segundo a ONU


	Soldados ucranianos: há violações regulares do acordo de cessar-fogo, diz ONU
 (Anatolii Boiko/AFP)

Soldados ucranianos: há violações regulares do acordo de cessar-fogo, diz ONU (Anatolii Boiko/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2014 às 08h52.

Genebra - O conflito armado no leste da Ucrânia privou mais de 5 milhões de pessoas, residentes nas áreas diretamente afetadas, de seus direitos fundamentais, afirmou nesta quarta-feira a ONU, que também confirmou que há violações regulares do acordo de cessar-fogo.

O Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas revelou hoje o conteúdo do último relatório elaborado por seus observadores na Ucrânia, que indica que 3.660 pessoas morreram na região leste do país.

Além disso, 8.756 pessoas foram feridas nos enfrentamentos, que o presidente ucraniano, Petro Petrocheko, caracterizou como uma guerra civil.

De acordo com números atualizados há menos de uma semana, a violência causou o deslocamento forçado de quase 376 mil pessoas.

Apesar de os observadores terem reportado a ausência de ações ofensivas em longa escala desde o acordo de cessar-fogo, confirmaram que, em alguns lugares, continuaram os disparos de artilharia, de tanques e de armas de pequeno calibre.

Essas situações ocorreram principalmente nos arredores do aeroporto de Donestk, que as forças separatistas pró-russas tentaram invadir, mas o ataque foi repelido pelas forças governamentais, que mantêm o controle do terminal.

Também aconteceram na área de Debaltseve (Donestk) e na cidade de Shchastya (Lugansk).

As ações violentas registradas desde o dia da assinatura do acordo de cessar-fogo, no dia 5 de setembro, causaram 331 mortes, segundo o relatório.

No entanto, se reconhece que nesse grupo poderia haver mortes anteriores a essa data, mas que só foram registradas depois.

O acordo em questão foi assinado por representantes dos governos da Ucrânia, da Rússia e os líderes das autoproclamadas "República Popular de Donestk" e "República Popular de Lugansk".

A situação geral descrita por um grupo de 35 observadores da ONU é a de uma população - nas áreas atingidas - privada de todos os serviços essenciais durante quase seis meses, o que fez com que a vida diária tenha se tornado "insustentável" para milhões de pessoas.

Grande parte da população de Donestk e Lugansk sequer tem como ganhar a vida, já que cerca de 40 mil negócios, pequenos e médios, deixaram de funcionar por conta da violência armada.

Muitos empresários afetados transferiram suas atividades para outras regiões da Ucrânia consideradas seguras.

Nas semanas do conflito anteriores à assinatura do acordo, as forças governamentais recuperaram em várias ofensivas o controle de certas áreas.

Em algumas delas, a ONU observou o risco de represálias contra indivíduos percebidos como colaboradores "do inimigo".

O relatório afirma, além disso, que entre os dias 24 de agosto e 5 de setembro, houve "um aumento significativo de detenções por parte de grupos armados" e "relatos alarmantes de torturas e maus tratos dos presos", inclusive execuções e violência sexual.

A ONU também responsabiliza às Forças Armadas e a polícia da Ucrânia de maus tratos aos detidos,

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