Lima - Cerca de 190 nações se viram em uma encruzilhada na hora de encontrar maneiras ousadas de conter o aquecimento global nesta sexta-feira, último dia da cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) em Lima, em meio a temores de que a falta de ambição possa minar a conferência do clima no ano que vem em Paris.
As reuniões entre 1 e 12 de dezembro, inauguradas com esperanças de um novo ímpeto depois do acordo climático entre a China e os Estados Unidos no mês passado, tiveram como foco o alcance das promessas que os países devem fazer no começo do ano que vem para lidar com o aquecimento global.
Estes compromissos nacionais, que têm como prazo informal 31 de março de 2015, serão a base de um acordo global a ser firmado na capital francesa em dezembro de 2015 e um passo adiante para reverter as crescentes emissões de gases do efeito estufa.
Entre as opções discutidas em Lima estavam desde obrigar as nações a publicar um esboço vago de seus planos para o carbono em um site da ONU a fazer com que todas forneçam projeções detalhadas das toneladas de gases de efeito estufa emitidas, que seriam analisadas por especialistas.
"Há o bom, o mau e o feio", disse Alden Meyer, da União dos Cientistas Preocupados, que afirmou que o "feio" seriam as ações vagas e o "bom", os relatórios detalhados. Os delegados dizem que as conversas podem muito bem seguir noite adentro e continuar no sábado.
Segundo o acordo anunciado com os EUA, a China prometeu que suas emissões chegarão ao auge em 2030, por exemplo, mas que não pode dar cifras exatas e que se opõe à ideia de uma análise de outros países.
Os EUA são favoráveis à supervisão, mas não estão insistindo para que os países estejam dispostos a endurecer seus planos caso sejam questionados. A União Europeia e muitos países em desenvolvimento querem relatórios detalhados de todos e uma análise rígida.
“Concordamos em encontrar o equilíbrio entre as várias opções”, declarou a ministra alemã do Meio Ambiente, Barbara Hendriks.
Este ano caminha para se tornar o mais quente já registrado, e as perspectivas delineadas por um conselho de cientistas da ONU indicam que o mundo deve agir para cortar as emissões para zero antes de 2100.
Marlene Moses, de Nauru, presidente da Aliança dos Pequenos Estados-Ilha, que teme o aumento crescente no nível dos mares, criticou a relutância chinesa de fornecer informações completas.
Ela afirmou que a China estava dizendo: "'Vamos mostrar nossas cartas, mas não olhem'... estão nos pedindo para assinar um acordo que nos deixa debaixo da água. Não é justo conosco." Samantha Smith, do grupo de conservação WWF, disse haver um risco cada vez maior de nada além de ações tímidas, já que o pacto de Paris só deve entrar em vigor em 2020.
"Os líderes que estão nos cargos hoje não serão responsabilizados", declarou.
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1. Multiplicação das cabras
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1/8 (Getty Images)
Um novo estudo, publicado na revista científica Oikos, mostra que dois fatores principais são importantes para a sobrevivência das cabras: as horas de claridade do dia e a temperatura. Para os caprinos da Escócia, que sofrem com o frio das áreas mais elevadas do norte do país, o
aquecimento global pode ser uma dádiva. A elevação das temperaturas parece estar tornando a vida um pouco mais fácil para os animais da região, que já começam a marcar território. O aumento da população de cabra selvagem e a mudança de seu habitat foi documentada pelo pesquisador britânico Robin Dunbar, da Universidade de Oxford e seu colega Jianbin Shi.
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2. Adeus ao cafezinho
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2/8 (Alex Silva)
O nosso querido cafezinho também corre riscos. Segundo uma nova pesquisa, publicada na revista científica Plos One, essa bebida tradicional pode sumir do cardápio dentro de 70 anos devido ao aquecimento global e às mudanças climáticas. O estudo realizado por pesquisadores do Royal Botanic Gardens da Grã-Bretanha, em colaboração com cientistas na Etiópia, constatou que entre 38 e 99,7% das áreas adequadas para o cultivo da espécie arábica desaparecerá até 2080 se as previsões do aumento das temperaturas se concretizarem.
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3. Aumento de problemas cardíacos
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3/8 (David Silverman/Getty Images)
É bom preparar o coração para as mudanças. Eventos climáticos extremos de calor e frio se tornarão mais comuns e isso vai colocar pressão sobre o coração das pessoas, dizem os cientistas. Um estudo publicado no British Medical Journal concluiu que a queda de temperatura de 1ºC em um único dia no Reino Unido está ligado ao aumento de 200 ataques cardíacos. Ondas de calor também geram efeito semelhante. Mais de 11 mil pessoas morreram por complicações cardíacas durante a onda de calor que atingiu a França na primeira metade de agosto de 2003, quando as temperaturas subiram para mais de 40ºC.
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4. Queda na capacidade trabalho
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4/8 (Getty Images)
Um estudo publicado na revista científica “Nature Climate Change” sugere que o aumento da temperatura global nos últimos 60 anos reduziu a capacidade de trabalho em 10%. Pior, a previsão é de que “estresse térmico” poderá prejudicar ainda mais a aptidão do trabalhador para desempenhar suas funções nas próximas décadas. De acordo com a pesquisa, a capacidade de trabalho em 2050 será reduzida a 80% do que hoje.
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5. Maratonas mais lentas
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5/8 (Einar Hansen/ StockXchng)
Embora o tempo dos vencedores de maratonas tenha melhorando gradativamente ao longo do século passado, essa tendência corre risco de diminuir diante do aumento das temperaturas. Um estudo da Universidade de Boston indica que o aquecimento global poderá tornar as maratonas mais lentas, afetando o tempo das vitórias. Mantida a tendência de aquecimento atual, de 0.058°C por ano, até 2100, a chance de detectar uma "desaceleração consistente no tempo de vitória da maratona" é de 95%, diz o estudo.
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6. Uvas não curtem calor, logo...
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6/8 (Getty Images)
As uvas vinícolas são uma das culturas mais sensíveis ao calor, chuvas, incidências de sol e mudanças bruscas no clima. Não à toa, elas estão na mira do aquecimento global. Segundo estudos mais recentes, a produção de vinhos em regiões consagradas, como Bordeaux, na França, pode cair cerca de 60% até 2050. Em contrapartida, a mudança climática poderia também abrir outras partes do mundo para a produção de uvas, uma vez que os produtores teriam que procurar lugares mais altos e mais frios.
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7. Mais metano, mais aquecimento
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7/8 (Ian Joughin, University of Washington)
Os efeitos do aquecimento global, acredite, também podem gerar mais aquecimento global.
Estudo recente, publicado na revista Nature por uma equipe internacional de cientistas, mostrou que o degelo no continente antártico pode ser uma fonte importante, embora esquecida, de metano, um gás efeito estufa com potencial de aquecimento global 21 vezes maior do que o do CO2. Ou seja, o derretimento do gelo pode liberar milhões de toneladas desse gás na atmosfera e agravar o aquecimento global.
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8. Guarda-chuva para os Pólos?
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8/8 (Divulgação)