Incêndio: segundo a polícia, o número de mortos pode subir (Lucy Nicholson/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 09h25.
Os bombeiros já retiraram 33 corpos de jovens que foram vítimas de um dos maiores incêndios da história recente dos Estados Unidos, causado por condições precárias de segurança, no armazém de um coletivo de artistas em Oakland, uma cidade da baía de San Francisco, no estado da Califórnia.
O prédio do coletivo de artistas, chamado de Ghost Ship (navio fantasma), tinha dois andares e foi tomado rapidamente pelo fogo próximo à meia noite desta sexta-feira (2). Naquele momento, centenas de pessoas, a maioria entre 17 e 30 anos, participava de uma festa dançante.
Bombeiros e socorristas tiveram dificuldades inesperadas para apagar o incêndio e retirar as pessoas que ainda se encontravam com vida. As poucas portas de saída e os muitos objetos e estúdios de artistas no interior do prédio dificultaram a passagem dos bombeiros.
Havia tapeçaria, peças de artesanato, guitarras, pianos, estantes, estátuas e incontáveis peças de madeiras que seriam usadas durante apresentações artísticas. Cerca de 50 pessoas, algumas delas crianças, moravam no local.
Segundo a polícia, o número de mortos pode subir muito mais na medida em que prosseguem as buscas no que restou do prédio.
Os bombeiros também descobriram que as instalações dos artistas tinham pouca água disponível e uma iluminação deficiente. Havia também pilhas de troncos e um labirinto de cabos elétricos que também impediam a passagem.
O proprietário do prédio já tinha recebido várias notificações das autoridades alertando sobre os perigos de incêndio devido à presença de material inflamável no edifício, segundo a imprensa americana. Um oficial de segurança chegou a ser impedido de entrar no prédio pelo proprietário.
A polícia não soube ainda calcular quantas pessoas estavam no edifício no momento do incêndio. Por enquanto, a polícia trabalha com a hipótese de que havia cerca de 100 pessoas no prédio.
Pessoas que frequentavam o edifício relataram à imprensa americana que a energia elétrica usada no edifício era clandestina, ou seja, era retirada dos cabos de iluminação pública.
Outro detalhe que demonstra a total falta de cumprimento das mínimas condições de segurança do coletivo do artistas é o precário acesso que as pessoas tinham ao segundo andar do prédio.
De acordo com testemunhas que já estiveram no local, entrevistadas pelas emissoras de rádio e televisão dos Estados Unidos, o acesso era feito por uma escada improvisada e estreita, feita de madeira rústica.
Na opinião dessas testemunhas, muitas pessoas devem ter ficado presas no segundo andar, no momento do incêndio, porque não conseguiram descer pela escada para chegar à porta de saída andar térreo.