O World Trade Center sob ataque: Moussaoui disse ter criado uma base de dados digital com os doadores da Al Qaeda (Michael Foran / Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2015 às 17h58.
Nova York - O único condenado da Al Qaeda por participar dos ataques de 11 de Setembro disse a advogados americanos que membros da família real saudita fizeram doações milionárias ao grupo terrorista nos anos 1990.
O cidadão francês Zacarias Moussaoui, apelidado de o "vigésimo sequestrador", fez a denúncia em documentos judiciais apresentados em um tribunal federal de Nova York por advogados das vítimas dos ataques, que acusam a Arábia Saudita de apoiar a Al Qaeda.
Moussaoui disse ter criado uma base de dados digital com os doadores da Al Qaeda, incluindo membros da família real, como o príncipe Turki al Faisal, ex-chefe da inteligência saudita e o príncipe Bandar bin Sultan, embaixador da Arábia Saudita nos Estados Unidos por 22 anos, até 2005.
Moussaoui revelou ter conhecido no Afeganistão um oficial da embaixada saudita em Washington para discutir os planos de ataque aos Estados Unidos, e que ele deveria encontrá-lo novamente em Washington para ajudá-lo a derrubar o Air Force One.
Ele também afirmou que havia ligações diretas entre os altos oficiais sauditas e Osama bin Laden, e que levou duas vezes cartas manuscritas pelo líder da Al Qaeda para alto escalões sauditas, incluindo o príncipe Turki.
A embaixada saudita em Washington negou as acusações.
"O ataque de 11 de Setembro é o crime mais investigado na história e não foi apontado qualquer envolvimento do governo ou das autoridades sauditas", anunciou a embaixada em comunicado.
Moussaoui, condenado criminalmente em 2006, declarou-se culpado de participar da organização do maior atentado da história dos Estados Unidos e se encontra em uma prisão de segurança máxima no Colorado.
Nas 127 páginas transcritas, Moussaoui disse que o dinheiro doado pela família real foi fundamental para a Al-Qaeda no final dos anos 1990.