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Condenação de polêmico guru gera alarme na Índia

Tribunal da localidade de Panchkula, no estado de Haryana (norte), decidiu que Gurmeet Ram Rahim Singh é culpado por uma acusação de estupro

À frente da organização espiritual Dera Sacha Sauda, o guru afirma contar com 50 milhões de seguidores na Índia (Ajay Verma/Reuters)

À frente da organização espiritual Dera Sacha Sauda, o guru afirma contar com 50 milhões de seguidores na Índia (Ajay Verma/Reuters)

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EFE

Publicado em 25 de agosto de 2017 às 09h18.

Nova Délhi - As forças de segurança da Índia estão em alerta máximo à espera da reação de dezenas de milhares de seguidores do controverso guru Gurmeet Ram Rahim Singh, a quem um tribunal declarou nesta sexta-feira culpado por um crime de estupro.

O tribunal da localidade de Panchkula, no estado de Haryana (norte), decidiu que Singh é culpado pela acusação de estupro, ainda que a sentença só será conhecida no dia 28 de agosto, informou a imprensa indiana.

O guru percorreu hoje, sob um forte esquema de segurança, os 250 quilômetros que separam Sirsa, onde fica o quartel-general da sua organização espiritual, até Panchkula, localidade satélite de Chandigarh, capital compartilhada dos estados de Punjab e Haryana.

Ontem à noite foi decretado toque de recolher em Sirsa, enquanto a Polícia mobilizou 50 mil agentes tanto nessa cidade como em Panchkula, para onde se deslocaram por estrada dezenas de milhares de seguidores do guru, depois que o Governo local cancelou vários comboios para evitar mais aglomerações.

O caso contra Singh remonta a 2002, quando uma das suas supostas seguidoras enviou uma carta anônima ao então primeiro-ministro da Índia, Atal Bihari Vajpayee, acusando o guru de ter estuprado tanto ela como outras de suas devotas.

O Birô Central de Investigações da Índia apresentou então uma denúncia contra o guru, ainda que o julgamento só tenha começado em 2008, depois que duas seguidoras de Singh aceitaram testemunhar contra ele.

Em um país onde os gurus são contados às centenas e gozam de grande popularidade, influência política e em algumas ocasiões muito dinheiro, Singh é o último líder espiritual a enfrentar a lei.

E não é a primeira vez. Antes, também foi acusado de estupro, assassinato ou de ter castrado 400 homens sob a promessa de "chegar a Deus".

À frente da organização espiritual Dera Sacha Sauda (DSS, em hindi Lugar da Verdade Real) o guru afirma contar com 50 milhões de seguidores na Índia, reunindo-os em quase 50 ashrams ou templos em todo o país.

Segundo sua biografia, Singh "desceu do céu" em 1967 em um povoado do estado do Rajastão (noroeste) e ainda menino entrou em contato com a DSS através do seu pai, até que aos 23 anos foi nomeado líder da organização espiritual.

O multifacetado guru é além disso roqueiro, que vendeu três milhões de cópias em três dias em 2014 do seu disco "Highway Love Charger", e ator protagonista de um filme psicodélico inspirado na sua vida, que encheu as salas de cinema indianas há dois anos.

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