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Conclave para eleger o sucessor do Papa Francisco será mais internacional

Pontífice nomeou 80% dos 135 cardeais que farão parte do conclave que entrará na Capela Sistina para eleger seu sucessor

Basílica de São Pedro, no Vaticano: conclave será marcado por cardeais de muitos países (Laurie Chamberlain/Getty Images)

Basílica de São Pedro, no Vaticano: conclave será marcado por cardeais de muitos países (Laurie Chamberlain/Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 21 de abril de 2025 às 07h21.

Cidade do Vaticano, 21 abr (EFE). – O papa Francisco, que faleceu nesta segunda-feira, 21, aos 88 anos, deixou o legado de uma Igreja mais universal, que representará todos os cantos do mundo, e não apenas a Europa, com especial atenção a países distantes, após a nomeação de 80% dos 135 cardeais que farão parte do conclave que entrará na Capela Sistina para eleger seu sucessor.

Após seu último consistório, o décimo de seu pontificado, o colégio cardinalício passou a ser composto por 252 purpurados, dos quais 135 com menos de 80 anos e, portanto, eleitores, estabelecendo um novo recorde e sendo o mais numeroso da história, já que as normas estabelecem o número de 120 purpurados.

Mas trata-se apenas de um indicador aritmético, pois os 110 cardeais nomeados por Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, não constituem um corpo eleitoral homogêneo nem indicam que o próximo pontífice seguirá sendo reformista.

O que esses números mostram, sim, é uma Igreja com maior representação de países que até agora não entravam na Capela Sistina, como Mongólia, Lesoto, Albânia, Timor Leste, Tonga, Irã e Argélia.

Haverá 24 cardeais latino-americanos eleitores em potencial, ainda longe dos 55 europeus, mas embora os italianos continuem sendo o grupo mais numeroso de um futuro conclave, seu peso relativo diminuiu com o passar dos anos: eram 28 dos 115 que em 2013 elegeram Jorge Bergoglio e hoje seriam 18 dos 141.

Geopolítica eclesial

Durante seu pontificado, o papa argentino redesenhou a geopolítica eclesial: os europeus reduziram sua presença em favor dos demais continentes, como o asiático, com 25 purpurados e 18% do total, mas também cresce a África com 18 eleitores.

O primeiro dado que salta aos olhos é o considerável crescimento do número de cardeais oriundos do continente asiático: tendo permanecido praticamente inalterados nos 35 anos que separam a eleição do papa Wojtyla da de Francisco, atualmente mais do que duplicaram, passando de 9 para 25.

O crescimento do número de cardeais africanos também é evidente, porém mais contido, passando de 11 para 18.

A Espanha é o terceiro país em número de membros no Colégio Cardinalício, com 13 cardeais, atrás apenas da Itália (48) e dos Estados Unidos (17), embora apenas seis possam participar e votar, por terem menos de 80 anos.

São eles Antonio Cañizares; o arcebispo de Barcelona, Juan José Omella; o arcebispo emérito de Madri, Carlos Osoro; o ex-presidente da Governadoria vaticana Fernando Vérgez; o arcebispo de Madri, José Cobo; o reitor dos salesianos e pró-prefeito do Dicastério para a Vida Consagrada, Ángel Fernández Artime, e Antonio Cañizares, arcebispo emérito de Valência.

Quantos cardeais brasileiros participarão da escolha do novo papa?

Enquanto isso, os cardeais latino-americanos que entrarão na Capela Sistina são os mexicanos Francisco Robles Ortega e Carlos Aguiar Reyes; o cubano Juan de la Caridad García Rodríguez, o guatemalteco Álvaro Ramazzini Imeri e o nicaraguense Francisco Brenes.

Os argentinos serão quatro: o prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, Víctor Manuel “Tucho” Fernández; o arcebispo de Córdoba, o jesuíta Ángel Sixto Rossi; o arcebispo de Santiago del Estero, Vicente Bokalic, e Mario Poli, arcebispo emérito de Buenos Aires.

Sete são os cardeais brasileiros: João Braz de Aviz, Pedro Scherer, Orani João Tempesta, Leonardo Steiner, Sérgio da Rocha, Jaime Spengler e Paulo Cezar Costa.

Além de dois chilenos: Celestino Aós, embora seja espanhol, e Fernando Natalio Chomalí; enquanto também estão incluídos na lista o equatoriano Luis Fernando Cabrera, o paraguaio Adalberto Martínez Flores, o peruano e arcebispo de Lima, Carlos Castillo, e o uruguaio Daniel Fernando Sturla Berhouet. EFE

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