Pessoas fazem fila para visitar o mausoléu de Mao Tsé-tung: os meios de comunicação oficiais se concentram na importância histórica de Mao para que a China acabasse com o feudalismo (REUTERS/Kim Kyung-Hoon)
Da Redação
Publicado em 26 de dezembro de 2013 às 05h52.
Pequim - O presidente da China, Xi Jinping, o primeiro- ministro Li Keqiang e outros líderes do regime comunista visitaram nesta quinta-feira o mausoléu de Mao Tsé-tung, no centro da Praça de Praça da Paz Celestial, para homenageá-lo no 120º aniversário de seu nascimento.
Xi e o resto da cúpula comunista efetuaram três reverências, uma tradicional demonstração de respeito na cultura chinesa, perante o corpo embalsamado do "Grande Timoneiro", que descansa no mausoléu construído em 1977, um ano depois do falecimento do fundador da República Popular.
O aniversário se celebra também com dezenas de exposições, simpósios e atos comemorativos em toda o território nacional, especialmente em Shaoshan, local de nascimento de Mao na província de Hunan, onde foram gastos mais de US$ 300 milhões nos preparativos para a efeméride.
No entanto, o presidente Xi advertiu este ano, durante uma visita a Hunan, que as celebrações seriam "solenes, simples e pragmáticas", e de fato alguns dos atos mais importantes, como uma festa em honra a Mao que aconteceria no Grande Palacio do Povo (sede do Legislativo), foram cancelados.
Isso mostra, segundo os observadores, a contraditória relação que o regime comunista mantém com seu fundador, pois por uma parte o honra por rer liderado a revolução que alcançou a fundação da República Popular em 1949, mas por outra admite que cometeu grandes erros.
Os meios de comunicação oficiais se concentram hoje, em todo caso, na importância histórica de Mao para que a China acabasse com um século e meio de feudalismo e colonialismo por parte de países ocidentais e do Japão.
"Sob a liderança de Mao, o povo chinês mudou seu destino através da revolução", declarou em seu editorial de hoje o jornal "Global Times", ligado ao Partido Comunista da China, também fundado pelo líder em 1921.
"Passaram 37 anos desde sua morte mas ainda é lembrado profundamente (...), poucos podem rivalizar com sua influência na história mundial contemporânea", acrescentou o jornal, assegurando que alguns utilizam Mao para criticar a China atual.
"Demonizá-lo foi largamente uma tendência da opinião interna e externa, mas podemos ver que a maioria dos críticos têm motivos ocultos para manchar a imagem de Mao e seu legado para o rejuvenescimento da China", afirmou o editorial.
Aproveitando o aniversário, muitas televisões chinesas começaram a emitir séries e programas especiais baseados na vida de Mao, e dois filmes de grande orçamento sobre sua figura estreiam esta semana no país.