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Comunidade Política Europeia procura estabelecer frente unida contra a Rússia

Por suas contradições internas, o encontro tornou-se uma dor de cabeça para os diplomatas

Esta reunião do CPE acontece na véspera de uma cúpula de líderes da UE na capital tcheca (Yves Herman/Reuters Brazil)

Esta reunião do CPE acontece na véspera de uma cúpula de líderes da UE na capital tcheca (Yves Herman/Reuters Brazil)

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AFP

Publicado em 6 de outubro de 2022 às 11h45.

Quarenta e quatro líderes da Europa se encontraram nesta quinta-feira (6) em Praga na primeira reunião da Comunidade Política Europeia (CPE), um encontro com convidados como Reino Unido, Ucrânia e Turquia, entre outros, para apresentar uma frente unida continental contra a Rússia.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, destacou a importância do encontro, alegando que "compartilhamos o mesmo continente e enfrentamos os mesmos desafios".

Para o presidente da França, Emmanuel Macron, a CPE envia uma "mensagem de unidade".

"Trata-se de construir uma unidade estratégica e o objetivo é, acima de tudo, compartilhar a mesma leitura da situação que a Europa enfrenta, para construir também uma estratégia comum", expressou o presidente francês.

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, ressaltou que "é importante reforçar a cooperação solidária além da UE" e apontou que a iniciativa de lançar a CPE é uma "ideia magnífica".

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, elogiou a possibilidade de "construir uma nova estrutura de segurança na Europa".

"Isso tem que ser feito sem a Rússia. Não porque não queremos que a Rússia seja parte da Europa, mas porque o presidente Putin se retirou da comunidade europeia", acrescentou.

Resultado de uma ideia lançada por Macron em maio, o Conselho Europeu apresentou a CPE como uma "plataforma de coordenação política" onde serão abordados temas de interesse comum.

Apesar da retórica diplomática polida, poucos resultados concretos são esperados do encontro.

A agenda desta quinta-feira inclui uma reunião geral dos participantes que serão depois divididos em mesas temáticas para debater temas como paz e segurança, energia e clima, situação econômica e migração e mobilidade.

Depois haverá reuniões bilaterais e o evento terminará com um jantar. Não há previsão de declaração final.

Apenas a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, faltou ao encontro, devido à crise política em seu país.

Todos os líderes posaram para uma "foto de família" que a CPE espera exibir como prova da unidade continental contra a Rússia.

Por suas contradições internas, o encontro tornou-se uma dor de cabeça para os diplomatas.

Uma das dificuldades está na presença do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, aliado fundamental dos europeus na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas que mantém relações tensas com Grécia e Chipre.

Outro foco de tensões está no convite à Armênia e ao Azerbaijão, dois países que tentam negociar um acordo de paz após confrontos armados na fronteira que deixaram pelo menos 286 mortos no mês passado, e acusações de execuções sumárias de prisioneiros.

Por sua vez, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participará remotamente e nas reuniões será representado por seu primeiro-ministro, Danys Shmyhal.

A nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, uma firme defensora do Brexit, estará presente em uma de suas primeiras grandes viagens ao exterior após assumir o cargo.

Esta reunião do CPE acontece na véspera de uma cúpula de líderes da UE na capital tcheca.

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