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Comunidade internacional condena foguete norte-coreano

Já a Coreia do Norte comemorou o lançamento, considerando o disparo como um sinal de progresso tecnológico do país


	Soldados norte-coreanos posicionados no centro espacial det Tangachairi em abril: ONU, Estados Unidos, Rússia e China lamentaram o lançamento
 (Pedro Ugarte/AFP)

Soldados norte-coreanos posicionados no centro espacial det Tangachairi em abril: ONU, Estados Unidos, Rússia e China lamentaram o lançamento (Pedro Ugarte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2012 às 07h42.

Seul - A Coreia do Norte elogiou o lançamento de um foguete de longo alcance nesta quarta-feira, por considerar o teste um "progresso" que constitui uma homenagem ao líder Kim Jong-Il, falecido há quase um ano, mas o teste foi condenado em peso pela comunidade internacional.

"O disparo com êxito é um progresso no desenvolvimento das tecnologias científicas e da economia de nosso país e exerce nosso direito à utilização pacífica do espaço", afirma uma nota da agência oficial norte-coreana KCNA.

"Nossos técnicos e nossos cientistas colocaram em órbita o satélite com sucesso, ao ter em elevada estima os ensinamentos do grande dirigente Kim Jong-Il."

Segundo a agência, o foguete decolou do centro espacial de Sohae (noroeste) às 9H49 (22h49 de Brasília, terça-feira), dois minutos antes do horário anunciado pelo exército sul-coreano, e o satélite foi colocado em órbita nove minutos depois.

"O satélite está agora em órbita, evoluindo entre 499,7 e 584,18 km sobre a Terra", destacou o KCNA.

O lançamento marca o 100º aniversário do nascimento de Kim Il-Sung, fundador e "presidente eterno" da Coreia do Norte, avô do atual dirigente e pai do anterior.


O governo dos Estados Unidos considerou o lançamento "muito provocativo" e alertou que a ação desestabilizará a região, além de prejudicar os esforços de não proliferação em todo o mundo.

O lançamento de hoje é um ato muito provocativo que ameaça a segurança da região, viola diretamente as resoluções 1718 e 1874 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, infringe as obrigações internacionais da Coreia do Norte e mina os esforços globais de não proliferação", afirma em um comunicado o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Tommy Vietor.

"Dada a atual ameaça à segurança da região, Washington reforçará e aumentará sua coordenação com os aliados", completou Vietor.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também condenou o teste norte-coreano como um "ato provocativo" que viola as resoluções do Conselho de Segurança e ameaça "a estabilidade da região".

"O secretário-geral está preocupado com as consequências negativas que este provocativo ato possa ter na paz e estabilidade da região", afirmou o porta-voz de Ban, Martin Nesirky.

Ban, ex-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, disse que o ato de Pyongyang "é totalmente lamentável porque desafia o unificado e forte apelo da comunidade internacional", completou o porta-voz.


A Rússia também lamentou o lançamento.

A Rússia lamenta profundamente o novo lançamento de um foguete realizado pela Coreia do Norte, desafiando a opinião internacional, incluindo os apelos de Moscou", afirma uma nota oficial do ministério das Relações Exteriores.

"Este lançamento não ajudará a fortalecer a estabilidade e terá um efeito negativo sobre a situação na região", completa a nota, que chama o teste de "inaceitável" por violar a resolução 1874 do Conselho de Segurança da ONU que proíbe Pyongyang de utilizar tecnologia de mísseis balísticos nos disparos de foguetes.

A China também criticou a atitude da Coreia do Norte.

"Nós lamentamos o lançamento realizado pela Coreia do Norte, apesar das graves inquietações da comunidade internacional", declarou o porta-voz da chancelaria chinesa, Hong Lei.

"A China afirma que o enfoque fundamental para garantir a paz e a estabilidade na Península Coreana deve ser encontrado por meio do diálogo. Esperamos que as partes envolvidas mantenham a calma", disse.

"A Coreia do Norte tem o direito de utilizar o espaço com fins pacíficos, mas também está submetida a restrições em virtude das resoluções do Conselho de Segurança da ONU", afirmou Hong Lei.

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