Angela Merkel: ela ressaltou que a Otan não beneficiou apenas a Europa, mas também os EU (Kacper Pempel/Divulgação)
EFE
Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 14h24.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2017 às 14h24.
Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, destacaram nesta sexta-feira que o aumento das despesas de Defesa em 2% do PIB exigido pelos Estados Unidos aos parceiros da Otan não é o único parâmetro para medir o compromisso com a Aliança Atlântica.
Em reação a recentes declarações do secretário de Defesa do governo de Donald Trump, James Mattis, Merkel ressaltou que a Otan não beneficiou apenas a Europa, mas também os EUA.
"Acredito que a força dos EUA aumentou com a Otan e que a Otan também foi importante para os EUA. Acho que todos os problemas devem ser discutidos com esse espírito", disse Merkel em um comparecimento conjunta com Trudeau perante a imprensa.
Mattis exigiu que os europeus cumpram com seus compromissos nas despesas do setor de Defesa para continuarem a se beneficiar com a Otan.
Merkel lembrou que a Alemanha tinha defendido e votado a favor do objetivo de chegar a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) na despesa militar e que deu passos nessa direção.
"A Alemanha apoiou e aprovou na cúpula de Gales o objetivo de aumentar na próxima década o orçamento de Defesa até chegar a 2% do PIB", disse Merkel.
Embora seja um processo a longo prazo, no ano passado, o orçamento alemão do setor de Defesa cresceu aproxidamente 8%. A Alemanha está ciente que precisa fazer mais no âmbito militar, mas que "também é importante a ajuda ao desenvolvimento e à prevenção de crise", comentou.
Trudeau reiterou seu apoio à meta de 2%, mas insistiu que esse é apenas um parâmetro para medir o compromisso.
"Definimos o objetivo de dedicar 2% do PIB ao orçamento de Defesa e isso é algo que apoiamos, mas também sabemos que o compromisso com a organização não pode ser medido só com esse parâmetro", disse Trudeau.
Ambos os políticos também se referiram ao acordo de livre-comércio entre a UE e o Canadá (ZETA).
"Trata-se de um acordo de uma dimensão distinta a todos os anteriores porque não se trata só de tarifas, mas estabelece padrões comuns", destacou Merkel.
Trudeau disse que o CETA pode criar mais emprego no Canadá e na Europa, com regras que defendem o meio ambiente.
"É um triunfo para o Canadá, para a Europa e para a Alemanha e será um modelo para futuros acordos", detalhou.