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Companhias aéreas suspendem voos sobre Ormuz por tensão EUA-Irã

Na quinta-feira, o Irã abateu um drone americano que, de acordo com Teerã, estava em seu espaço aéreo

Companhias europeias como Lufthansa, British Airways e KLM seguiram orientação que a agência americana FAA deu às companhias dos EUA (Design Pics/Carl Shaneff/Thinkstock)

Companhias europeias como Lufthansa, British Airways e KLM seguiram orientação que a agência americana FAA deu às companhias dos EUA (Design Pics/Carl Shaneff/Thinkstock)

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AFP

Publicado em 21 de junho de 2019 às 13h16.

Algumas das companhias aéreas mais importantes do mundo suspenderam seus voos sobre o Estreito de Ormuz, em meio à crescente tensão entre o Irã e os Estados Unidos pela derrubada de um drone americano.

Washington foi a primeira a proibir voos comerciais de seu país a entrarem no espaço aéreo controlado por Teerã no Golfo Pérsico e no Golfo de Omã "até novo aviso", após o incidente com seu drone.

Essas restrições se devem ao aumento das "atividades militares e às crescentes tensões políticas na região, que apresentam risco para as operações de aviação civil americana e possibilidades de erros de cálculo, ou de identificação", afirmou a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês).

A decisão da FAA se aplica apenas a empresas registradas nos Estados Unidos. Como resultado, a United Airlines informou que suspenderia seu voo Newark-Mumbai.

As companhias aéreas europeias e asiáticas adotaram medidas semelhantes, incluindo a britânica British Airways, a holandesa KLM e a alemã Lufthansa.

"O incidente com o drone é uma razão para não voar sobre o Estreito de Ormuz neste momento. É uma medida de precaução", disse a KLM em um comunicado, no qual afirma que a segurança é a "prioridade absoluta" da empresa.

A alemã Lufthansa anunciou que decidiu "evitar o Estreito de Ormuz no Golfo Pérsico".

Na quinta-feira, o Irã abateu um drone americano que, de acordo com Teerã, estava em seu espaço aéreo. Essa informação foi desmentida pelos Estados Unidos, que negam terem entrado no espaço aéreo da República Islâmica.

O aumento da tensão entre Washington e Teerã faz temer um conflito aberto, mesmo que ambos os países afirmem que não estão em busca de uma guerra.

Trágico precedente

A Holanda ainda está traumatizada pela queda em 2014 do voo MH17 da Malaysia Airlines, depois de ter sido atingido por um míssil sobre a região de Donetsk, no oeste da Ucrânia, onde os separatistas pró-russos ainda lutam contra as forças do governo ucraniano.

Os 298 ocupantes do avião morreram. Destes, 196 eram holandeses. O avião estava voando entre Amsterdã e Kuala Lumpur.

Este incidente forçou as empresas a evitarem o espaço aéreo ucraniano, uma rota muito utilizada pelas companhias em suas ligações entre a Europa e a Ásia.

Para lidar com essas tensões entre o Irã e os Estados Unidos, a Malaysia Airlines disse que "acompanha de perto a situação e está atenta" aos "relatórios de segurança" das autoridades aéreas.

Já a australiana Qantas anunciou que está "adaptando as rotas dos voos sobre o Oriente Médio para evitar o Estreito de Ormuz e o Golfo de Omã até novo aviso".

A Singapore Airlines fez o mesmo e indicou que alguns de seus voos "tomarão rotas um pouco mais longas para evitar a área do Estreito de Ormuz".

Por sua vez, a Emirates, com sede em Dubai, afirmou que está modificando as rotas de seus voos para evitar "áreas de possível conflito".

Alexa Macheras, analista independente, assegura que o fato de as companhias evitarem o Estreito de Ormuz afeta o Irã, que já enfrenta um êxodo das linhas aéreas europeias devido às sanções americanas.

As rotas aéreas entre a Europa e a Ásia estão afetadas desde fevereiro, devido às restrições do Paquistão sobre grandes áreas de seu espaço aéreo. As medidas foram impostas em meio a confrontos com sua rival e vizinha Índia.

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