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Companhias aéreas se apressam para ajudar em êxodo do Japão

França e Áustria aconselharam seus cidadãos em Tóquio a deixarem o país ou irem para o sul do país

Desastre converteu partes da capital japonesa em uma cidade-fantasma, com as pessoas ou permanecendo em ambientes fechados ou deixando a cidade (Getty Images)

Desastre converteu partes da capital japonesa em uma cidade-fantasma, com as pessoas ou permanecendo em ambientes fechados ou deixando a cidade (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de março de 2011 às 13h58.

Frankfurt - Companhias aéreas correram nesta quarta-feira para livrar os aeroportos de Tóquio do acúmulo de passageiros e ajudar pessoas que querem deixar a cidade, enquanto crescem os temores de que o Japão tenha perdido o controle da crise nuclear ocorrida após o terremoto da semana passada.

O desastre converteu partes de Tóquio em uma cidade-fantasma, com as pessoas ou permanecendo em ambientes fechados ou deixando a cidade.

França e Áustria aconselharam seus cidadãos em Tóquio a deixarem o país ou irem para o sul do Japão.

A embaixada francesa em Tóquio disse que pediu à Air France que mobilize aviões para a retirada de cidadãos franceses do Japão, e dois aviões já estavam a caminho do país.

A Associação de Companhias Aéreas da Ásia-Pacífico, que representa 17 companhias aéreas com vôos regulares na região, disse que os vôos domésticos e os serviços de transporte aéreo de cargas na região estão operando normalmente.

As empresas aéreas britânicas British Airways e Virgin informaram que estão operando seus vôos normais para Tóquio, mas uma representante da BA disse que a companhia está analisando opções alternativas.

A alemã Luftansa, porém, revelou que ainda está desviando seus aviões para Osaka e Nagoya.

A holandesa KLM também informou que está desviando seus vôos para Osaka, em lugar de Tóquio, mas que continuará com seus vôos para Amsterdã partindo do aeroporto Narita, em Tóquio.

Empresas de jatos privados informaram que estão sendo inundadas de pedidos de vôos para retirada de pessoas.

Um funcionário do setor da aviação na Ásia disse que houve uma queda forte na demanda por vôos até o Japão e um aumento grande de pessoas que querem deixar o país.


Voo Vazio para Tóquio

O fotógrafo britânico Andy Beese, residente em Tóquio, voltou de Londres a Tóquio na terça-feira em um vôo da Asiana.

"Nunca antes estive em um vôo tão vazio", disse ele à Reuters pouco depois de embarcar. "Era um Boeing 777 (com 300 lugares) e mal havia 20 pessoas a bordo." Entre as empresas que já estão preparando planos de contingência estão a SAP, Continental, Peugeot Citroen e Cisco Systems.

Firmas de advocacia e bancos como o Banco da Itália fecharam seus escritórios, e um funcionário da firma de direito internacional Herbert Smith contou que a empresa pediu a seus funcionários em Tóquio que trabalhem desde outros locais.

A rede varejista de moda H&M anunciou que nove de suas dez lojas em Tóquio estão fechadas e que ela está ajudando funcionários que queiram deixar o país.

A firma francesa de gestão de ativos Amundi informou que retirou do país as famílias dos cidadãos franceses que fazem parte de seus 230 funcionários no Japão, mas a seguradora francesa Axa disse que não tem planos imediatos de retirar seus 8.000 funcionários no país.

Uma moradora de Tóquio que trabalha para a Nomura Securities disse que está esgotada com a preocupação sobre a possibilidade de radiação atingir a capital e seus efeitos sobre seu filho de 12 anos.

"Alguns de meus colegas estão deixando Tóquio esta noite. Pessoas sugeriram que eu evite Narita, porque fica mais próximo do incidente nuclear. Elas estão tentando conseguir vôos que partam do aeroporto Haneda (também em Tóquio) ou embarcando no trem-bala para Osaka e partindo de lá", disse ela, pedindo para não ser identificada.

O marido dela disse que vai permanecer em Tóquio, mas que os cortes de eletricidade estão provocando caos em sua pequena firma de informática e que esta talvez precise transferir suas operações para seu outro escritório, situado em Nova York.

"Não estou preparado para partir ainda. Não sei até que ponto posso confiar na cobertura feita pela mídia. Mas o ambiente aqui está um pouco estranho, com grandes lojas de departamentos fechadas e as prateleiras dos supermercados vazias."

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