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Companhias aéreas japonesas aceitam exigências chinesas

As duas principais companhias aéreas japonesas decidiram aplicar zona aérea de identificação decretada pela China no espaço aéreo do Mar da China Meridional

Aeronaves da companhia Japan Airlines (JAL): companhias submetem planos de voos na região às autoridades chinesas por razões de segurança (Yoshikazu Tsuno/AFP)

Aeronaves da companhia Japan Airlines (JAL): companhias submetem planos de voos na região às autoridades chinesas por razões de segurança (Yoshikazu Tsuno/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2013 às 07h34.

Tóquio - As duas principais companhias aéreas japonesas decidiram aplicar a "zona aérea de identificação" decretada no sábado por Pequim no espaço aéreo do Mar da China Meridional, apesar da opinião contrária do governo japonês.

A Japan Airlines (JAL) e a All Nippon Airways (ANA) indicaram que submetem os planos de voos na região às autoridades chinesas, essencialmente por razões de segurança para seus passageiros.

"Adotamos estes dispositivos de acordo com as regulamentações internacionais. A segurança é nossa prioridade absoluta. Devemos descartar ao máximo qualquer possibilidade de um cenário catastrófico", afirmou um porta-voz da ANA.

A JAL também anunciou que aceitaria as exigências chinesas, assim como já havia feito a pequena Peach Aviation, filial da ANA.

O secretário-geral do governo japonês, Yoshihide Suga, afirmou que as empresas adotaram a decisão sem consultar o governo.

"O ministério dos Transportes entrou em contato para informar que as medidas adotadas pela China não eram válidas para nosso país e que a posição do governo é que devem continuar voando de acordo com as regras anteriores", disse Suga.

No sábado, o ministério chinês da Defesa anunciou que, a partir daquele momento, qualquer aeronave que entrar na "zona de identificação" deve apresentar o plano de voo detalhado, mostrar claramente a nacionalidade e manter as comunicações por rádio para "responder de maneira rápida e apropriada aos pedidos de identificação" das autoridades chinesas.

O mapa divulgado pelo ministério chinês mostra que a zona em questão cobre uma grande parte do mar da China Oriental, entre Coreia do Sul e Taiwan, e inclui o arquipélago das Senkaku, sob controle japonês e reivindicado por Pequim, que as chama de Diaoyu.

Na segunda-feira, o Japão respondeu com a convocação do embaixador chinês em Tóquio, o que provocou uma reação simétrica de Pequim.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou que o país não respeitaria a decisão chinesa.

"Estou muito preocupado, já que é algo muito perigoso que pode levar a um incidente imprevisível", declarou Abe.

Tóquio informou que não se submeteria a esta zona de identificação, que "não tem nenhuma validade para o Japão", nas palavras do ministro das Relações Exteriores, Fumio Kishida.

Nesta terça-feira, a Austrália anunciou a convocação do embaixador chinês para manifestar oposição à súbita decisão de Pequim de criar a zona de defesa aérea sobre o Mar da China Oriental.

"O momento e a forma do anúncio da China não ajudam ante as atuais tensões regionais e não contribuirão para a estabilidade regional", disse a ministra das Relações Exteriores, Julie Bishop.

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