Aviões da United Airlines, dos EUA: cias aéreas americanas notificam autoridades chinesas sobre plano de voo que passa por zona de defesa (AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2013 às 10h55.
Nova York - As companhias aéreas norte-americanas United , American e Delta notificaram autoridades chinesas sobre seus planos de voo sobre a região da zona de defesa que Pequim estabeleceu sobre o Mar do Leste da China, seguindo o conselho do governo dos EUA.
A zona gerou tensão, especialmente com o Japão e a Coreia do Sul, e deve dominar a agenda de uma visita à Ásia do vice-presidente norte-americano, Joe Biden, esta semana. Ele irá ao Japão, China e Coreia do Sul para tentar aliviar o clima tenso, disseram autoridades norte-americanas.
Entretanto, a declaração da zona de defesa por parte da China também representa um desafio histórico da potência mundial emergente para os EUA, que dominaram a região durante décadas.
A China publicou as coordenadas da zona no fim de semana passado. A área, com cerca de dois terços do tamanho do Reino Unido, cobre a maior parte do Mar do Leste da China e os céus sobre um grupo de ilhas desabitadas no centro de uma disputa territorial entre Pequim e Tóquio.
Pequim quer que todas as aeronaves estrangeiras que passarem pela zona, incluindo aviões de passageiros, identifiquem-se para as autoridades chinesas.
Na sexta-feira, os EUA aconselharam as empresas aéreas comerciais do país a notificarem as autoridades chinesas sobre seu planos de voo, embora uma autoridade da administração norte-americana tenha dito que isso não significa que Washington aceitou as novas regras chinesas.
Um porta-voz da Delta Airlines disse que há uma semana a empresas está cumprindo a exigência de entregar seus planos de voo. A American e a United disseram separadamente que estão cumprindo também, mas não detalharam há quanto tempo.
Autoridades da indústria aérea disseram que o governo dos EUA normalmente espera que companhias aéreas norte-americanas que operam internacionalmente obedeçam notificações emitidas por países estrangeiros.
Em contraste, as operadoras japonesas ANA Holdings e Japan Airlines voaram pela zona de defesa sem informar a China, segundo um acordo com o governo japonês. Nenhuma das duas teve problemas até agora.
As companhias aéreas disseram que estão seguindo com sua política, mesmo depois do conselho de Washington às suas companhias aéreas.
Qualquer sinal de que os EUA estavam, mesmo que tacitamente, aprovando a zona de defesa aérea da China, poderia incomodar Tóquio, que está esperando uma demonstração de solidariedade quando Biden iniciar sua visita ao Japão na segunda-feira.
"Teremos conversas detalhadas sobre isso", disse o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, de acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo. "O Japão e os EUA vão cuidar do tema em estreita coordenação."
Entretanto, ele também insistiu que os EUA não tinham aconselhado suas companhias aéreas a cumprirem as exigências chinesas quanto ao aviso prévio antes de seus aviões entrarem na nova zona de defesa aérea.
"Confirmamos através dos canais diplomáticos que o governo dos EUA não solicitou que as companhias aéreas comerciais apresentassem seus planos de voo", disse ele segundo a reportagem da Kyodo.