Porta vermelha problemática: refugiados relatam que xenófobos jogaram ovos, fezes de animais, pedras e bandeiras com símbolos nacionalistas (Reprodução/Twitter)
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2016 às 19h53.
São Paulo - Uma empresa no Reino Unido está sendo acusada de segregar imigrantes e refugiados na Inglaterra por meio da cor das portas de suas casas.
De acordo com o Guardian, o ministro da Imigração, James Brokenshire, ordenou a abertura de um inquérito após o jornal Times denunciar que refugiados e solicitantes de asilos em Middlesbrough estavam se tornando alvos fáceis de xenófobos por causa da cor da porta de suas casas.
A G4S, responsável pela subcontratação dos serviços de pintura das residências afirmou, nesta semana, que as portas serão repintadas, após ser acusada de promover um "apartheid" nas ruas da cidade inglesa. A empresa nega as acusações.
In light of concerns raised, our subcontractor Jomast has agreed to repaint front doors in the area to address the issue
— G4S (@G4S) 19 janeiro 2016
There is categorically no G4S policy to house asylum seekers behind red doors.
— G4S (@G4S) 19 janeiro 2016
"Eu espero os padrões mais altos dos nossos fornecedores. Se encontrarmos qualquer evidência de discriminação contra os requerentes de asilo, isso será avaliado imediatamente assim como nenhum comportamento desse tipo será tolerado", afirmou Brokenshire.
Segundo o relato do Times, imigrantes relatam que xenófobos jogaram ovos, fezes de animais, pedras e bandeiras com símbolos nacionalistas.
Um dos moradores de uma das residências, incomodado, resolveu pintar por conta própria a porta de branco. Após a visita de um funcionário da Jomast (empresa que presta serviço para a G4S), no entanto, a porta foi pintada novamente de vermelho, para "respeitar o padrão".
Segundo a BBC, o problema foi identificado há quatro anos, em setembro de 2012.
Segundo a investigação do Times, de 168 casas, 155 têm portas vermelhas. O jornal falou com pessoas de 66 casas: 62 das residências abrigavam solicitantes de asilo de 22 nacionalidades.
"Eles nos colocam atrás de portas vermelhas. Todo mundo sabe, quando vê essas portas, que se tratam de solicitantes de asilo. É como se nós não fossemos iguais", contou um homem cuja casa foi atacada.