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Como os candidatos à Presidência propõem combater o tráfico internacional

O narcotráfico é hoje uma das maiores ameaças à segurança nacional. Veja as estratégias dos presidenciáveis para lidar com a questão

Metralhadora apreendida pela polícia durante negociação entre traficantes no RJ (Ricardo Moraes/Reuters)

Metralhadora apreendida pela polícia durante negociação entre traficantes no RJ (Ricardo Moraes/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 28 de setembro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 28 de setembro de 2018 às 06h00.

São Paulo – EXAME reuniu os posicionamentos dos principais candidatos à Presidência nas eleições 2018 no que diz respeito ao tráfico internacional.

Os presidenciáveis responderam à reportagem a seguinte pergunta: “O narcotráfico é hoje uma das maiores ameaças à segurança nacional e é uma questão que não está dissociada da política externa, uma vez que envolve países vizinhos. Qual é a sua proposta para combater o tráfico internacional?”

Álvaro Dias (Podemos)

“Defendo a criação de uma frente ampla de combate às drogas na América Latina. Um pacto entre os países latino-americanos, sob a supervisão da Organização dos Estados Americanos (OEA), com o envolvimento dos líderes políticos locais. É importante definir uma estratégia de prevenção e repressão para os próximos quatro anos.”

Leia a entrevista completa de Álvaro Dias

Guilherme Boulos (PSOL)

“Nossa proposta de Segurança Pública prevê a fusão das polícias, criando uma só polícia, civil, responsável pelo ciclo completo, incluindo a vigilância das fronteiras. Mas, é importante enfatizar que a relevância das fronteiras terrestres para a criminalidade mudou: hoje, armamento e drogas chegam também por outros caminhos, como aeroportos privados e portos.

Por isso, vamos investir em inteligência com um sistema de informação para mapear o dinheiro sujo, desmantelar os esquemas de lavagem de dinheiro e colocar fim ao tráfico de armas. Esse investimento é mais baixo e produz resultados diretos, sobretudo na otimização do trabalho das forças de segurança.”

Leia a entrevista completa de Guilherme Boulos

Henrique Meirelles (MDB)

“Diplomacia, inteligência e policiamento ostensivo nas fronteiras. Esta é a combinação que será utilizada para evitar o aumento do narcotráfico. Diplomacia e inteligência são fundamentais para desenvolver projetos conjuntos entre os países. E o policiamento ostensivo, utilizando tecnologia moderna e de ponta, é uma ação fundamental para reduzir a sensação de impunidade, que é um dos principais fatores de incentivo ao crime.”

Leia a entrevista completa de Henrique Meirelles

Geraldo Alckmin (PSDB)

“Nossa prioridade é ampliar o esforço diplomático e de assistência internacional aos países vizinhos em matéria jurídico-policial com base nos tratados e convenções de organizações multilaterais como a ONU, Interpol e OEA.

Outra preocupação é garantir a continuidade e a expansão do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON) e do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), que atualmente faz parte do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e é responsável pelo controle ambiental, do tráfego aéreo, a coordenação de emergências na região e o controle de ações de contrabando.”

Leia a entrevista completa de Geraldo Alckmin

João Amoêdo (Novo)

“O trabalho começa pelo controle efetivo das fronteiras. As fronteiras do Brasil estão abertas. Drogas, armas e produtos invadem o Brasil sem dificuldade. Um ciclo completo de atuação com o fortalecimento e equipamento da Polícia Federal, com a punição rigorosa da corrupção de agentes é o início. A atuação das Forças Armadas deve ser repensada. E, sobretudo, aprofundar ao máximo o uso de tecnologia para contribuir para a vigilância das fronteiras.”

Leia a entrevista completa de João Amoêdo

Fernando Haddad (PT)

“Em primeiro lugar, fortalecer e completar o SISFRON, o sistema integrado de vigilância de fronteiras. Temos vasta fronteira porosa que precisa estar bem vigiada, de modo a evitar não só o narcotráfico, mas também o tráfico de armas e de pessoas e o contrabando, que tanto afeta a nossa arrecadação fiscal.

Em segundo, fortalecer a cooperação institucional com países, especialmente países vizinhos, no combate a todo tipo de ilícitos. Já temos vários acordos bilaterais e regionais nessa área, mas precisamos torná-los mais eficientes e operantes. Temos de discutir a fundo o fracasso da política da “guerra às drogas”, proposta pelos EUA aos países da América Latina.”

Leia a entrevista completa de Fernando Haddad

Vera Lúcia (PSTU)

“A criminalização das drogas é o que alimenta esse bilionário mercado internacional. E isso retroalimenta todo um sistema corrupto com capilaridade entre todos os setores do Estado, inclusive nas forças de segurança.

Para resolver esse problema vamos descriminalizar as drogas, estatizar sua produção e distribuição, tirando o poder das organizações criminosas. E vamos pressionar para que os demais países façam o mesmo. “

Leia a entrevista completa de Vera Lúcia

Marina Silva (REDE)

“Criaremos um conselho que articulará os diversos órgãos de inteligência estaduais e federais com foco no crime organizado e suas dinâmicas interestaduais e transnacionais. As Forças Armadas assumirão papel fundamental na defesa de fronteiras, no combate ao contrabando e ao tráfico, bem como na proteção do meio ambiente, em especial no combate à biopirataria. Sua atuação receberá apoio do Estado e da sociedade civil, com a ampliação do debate democrático sobre o fortalecimento das estratégias de defesa.”

Leia a entrevista completa de Marina Silva

Cabo Daciolo (Patriota)

*O candidato não atendeu ao pedido de entrevista da reportagem

Ciro Gomes (PDT)

*O candidato não atendeu ao pedido de entrevista da reportagem

Jair Bolsonaro (PSL)

*O candidato não atendeu ao pedido de entrevista da reportagem

Especial Política Externa

As perguntas que compõem a entrevista deste especial foram compiladas com base em entrevistas realizadas por EXAME com especialistas em política externa de diferentes setores e organizações. Participaram embaixadores e empresários do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e pesquisadores de instituições como o Instituto de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), da Puc-Rio, da ESPM e das Faculdades Integradas Rio Branco.

A partir desse levantamento, a reportagem produziu sete perguntas para os candidatos que registravam ao menos 1% de intenção de voto segundo pesquisa Datafolha publicada em 22/08/2018: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), agora substituído por Fernando Haddad (PT), Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Álvaro Dias (Podemos), João Amoêdo (Novo), Henrique Meirelles (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Cabo Daciolo (Patriota) e Vera Lúcia (PSTU).

Abaixo veja as entrevistas já publicadas:

Álvaro Dias (Podemos)

Guilherme Boulos (PSOL) 

Henrique Meirelles (MDB)

Geraldo Alckmin (PSDB)

João Amoêdo (NOVO)

Fernando Haddad (PT)

Vera Lúcia (PSTU) 

Marina Silva (REDE)

Estes são os candidatos que ainda não se manifestaram sobre as demandas da reportagem:

Cabo Daciolo (Patriota)

Ciro Gomes (PDT)

Jair Bolsonaro (PSL)

A entrevista é composta das mesmas perguntas para todos os candidatos, essas enviadas no mesmo dia e com igual prazo para resposta, 15 dias. A publicação está acontecendo de acordo com a ordem de recebimento.

Acompanhe tudo sobre:Álvaro DiasAmérica do SulCrimeDrogasEleiçõesEleições 2018Fernando HaddadGeraldo AlckminGuilherme BoulosHenrique MeirellesJoão AmoêdoMarina SilvaPSTU — Partido Socialista Dos Trabalhadores UnificadoTráfico de drogas

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