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Como hotéis de luxo de Washington fazem para receber presidentes com discrição

Estabelecimentos da cidade viveram 'Superbowl' em semana da posse, com tarifas mais altas e maior procura

Restaurante do hotel Riggs, que tem área reservada atrás da cortina vermelha (Divulgação)

Restaurante do hotel Riggs, que tem área reservada atrás da cortina vermelha (Divulgação)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 11h19.

Washington - Em Washington, há diversos hotéis de luxo que recebem de forma rotineira chefes de Estado, CEOs e outras pessoas importantes que vão a capital americana para se encontrar com autoridades do país. Para atraír este público, além de conforto, é preciso oferecer discrição.

A proteção começa nos restaurantes e bares. É comum que eles tenham partes privadas, ocultas por cortinas e portas, onde o acesso é restrito. Ali, servem-se os mesmos pratos e bebidas, mas os demais frequentadores não veem o lugar. Assim, pode-se estar jantando a poucos metros de alguém importante, sem saber.

No hotel Riggs, há uma opção ainda mais discreta: um bar escondido e fechado, sem janelas, acessado por uma porta preta no primeiro subsolo. Dentro, o lugar pode ser configurado com mesas ou sofás, a gosto do cliente, que também escolhe as comidas e bebidas, que são deixadas ali antes de as pessoas chegarem. Depois disso, o espaço fica apenas para os convidados, sem garçons circulando. Se faltar algo, é possível chamar um atendente.

Para receber grandes delegações, é possível fechar andares inteiros apenas para aqueles convidados. Além disso, é possível reservar várias suites lado a lado, com portas de comunicação entre elas. As maiores suítes contam com salas de estar e escritórios, onde podem ser feitas reuniões e receber visitas.

Hotéis cheios na posse

"Para os hoteis de Washington, a semana da posse é como um Superbowk", diz Charlie Linder, diretor-assistente de vendas do Riggs. O hotel ficou com ocupação acima de 80% na maioria dos últimos dias e atingiu 100% no domingo, 19, véspera da posse de Donald Trump.

Neste período, as diárias ficam mais caras e os hotéis colocam mais condições, como a necessidade de se hospedar mais de um dia e aplicar reservas não-reembolsáveis. Assim, muita gente que desistiu de ir por conta da onda de frio e do cancelamento dos eventos ao ar livre não tinha a opção de cancelar a hospedagem.

O Riggs fica a duas quadras da Capitol One Arena, que virou um dos epicentros da posse. Trump fez dois comícios ali, no domingo e na segunda. Milhares de apoiadores ficaram horas na fila para entrar na arena.

Nos dias antes da posse, houve diversos eventos políticos e bailes pela cidade, realizados em áreas privativas de cafés, restaurantes e hotéis.

A posse também ajuda a movimentar os hoteis da cidade em janeiro, um mês de menor fluxo, por conta do frio. A maior parte dos turistas de Washington vai à cidade nos meses de primavera e outono, quando o clima é mais quente.

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