Mundo

Como funciona a apuração de votos nas eleições dos EUA?

Donald Trump e Kamala Harris disputam a Presidência dos Estados Unidos dia 5 de novembro

Eleições nos EUA: Trump e Kamala disputam presidência em processo de apuração complexo (Divulgação/Getty Images)

Eleições nos EUA: Trump e Kamala disputam presidência em processo de apuração complexo (Divulgação/Getty Images)

Publicado em 5 de novembro de 2024 às 12h30.

Tudo sobreEleições americanas
Saiba mais

Os Estados Unidos vão às urnas no dia 5 de novembro para escolher seu novo presidente. A disputa se dá entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris. A apuração dos votos começará na noite do dia 5, após o fechamento das urnas, mas a expectativa é que o resultado leve alguns dias para ser conhecido.

A demora se dá por várias razões. Os Estados Unidos utilizam voto impresso, o que atrasa a contagem. Além disso, há voto pelo correio, e alguns estados aceitam votos que sejam postados até o dia da eleição, mesmo que cheguem nos dias seguintes.

Por que o resultado pode demorar?

Em caso de resultados muito apertados, regras locais podem determinar recontagens, o que atrasaria ainda mais o resultado. Cada um dos 50 estados têm liberdade para fazer sua apuração por conta própria e depois apenas informar os resultados. Não há uma autoridade federal que centralize os números, como o TSE no Brasil. Assim, quem anuncia o resultado final é a imprensa americana, a partir dos dados divulgados pelas autoridades de cada estado.

No entanto, a votação para presidente é indireta. Os resultados das urnas vão moldar a formação do Colégio Eleitoral, que elege o presidente de fato.

yt thumbnail

Como funciona o Colégio Eleitoral dos EUA?

O Colégio Eleitoral é formado por 538 delegados, e para ser eleito presidente é preciso obter ao menos 270 votos deles. A eleição é organizada pelos 50 estados, onde cada governo local tem liberdade para definir a organização da votação. Cada estado tem direito a um número diferente de delegados com base em sua população em relação ao total do país. A Califórnia, estado mais populoso, possui 54 delegados, enquanto nenhum estado tem menos de três.

Em 48 estados, o sistema é de "vencedor leva tudo": o candidato mais votado conquista o direito a indicar todos os delegados daquele estado. No entanto, Maine e Nebraska dividem os delegados conforme distritos eleitorais.

Esse modelo pode gerar uma distorção: um candidato pode vencer na votação popular e não se eleger, como ocorreu em 2016, quando Donald Trump venceu com 306 delegados, embora tenha recebido menos votos populares que Hillary Clinton.

Certificação e posse do presidente eleito

O Colégio Eleitoral, enquanto processo, ocorre quando cada estado envia seus votos ao Congresso, que os lê e certifica a vitória do novo presidente. Embora visto como uma formalidade, este evento ganhou atenção em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump tentaram impedir a confirmação da derrota dele em 2020.

A posse presidencial será em 20 de janeiro, com o novo presidente fazendo o juramento em frente ao Congresso e desfilando pela avenida Pensilvânia até a Casa Branca.

Quem são os candidatos em disputa?

Donald Trump, 78 anos, é natural de Nova York e conquistou sucesso nos setores imobiliário e de mídia, além de se destacar nos anos 1980 com grandes empreendimentos em Nova York e no programa “O Aprendiz”. Após uma campanha contra Hillary Clinton em 2016, ele governou de 2017 a 2021, mas perdeu para Joe Biden em 2020. Agora, busca a terceira eleição presidencial.

Kamala Harris, 60 anos, nasceu em Oakland, Califórnia, e fez carreira na promotoria, tornando-se senadora pela Califórnia em 2017. Em 2020, foi vice na chapa de Biden e a primeira mulher vice-presidente dos EUA. Com a desistência de Biden à reeleição, Kamala assumiu a candidatura presidencial em julho e, se eleita, será a primeira mulher a presidir os Estados Unidos.

Como funciona a eleição nos EUA?

Acompanhe tudo sobre:Eleições americanas

Mais de Mundo

Cuba reconhece que está 'preocupada' com efeito econômico do retorno de Trump

Nem chineses, nem russos: autoridades americanas explicam mistério sobre drones nos EUA

Brasil entre os 54 países que terão isenção de visto de trânsito na China a partir de 2024

Evo Morales diz ser vítima de 'guerra jurídica brutal' após nova ordem de prisão