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Como a guerra em Israel se torna nova frente na campanha eleitoral dos EUA

Em pouco mais de um ano, os americanos escolherão um presidente e decidirão o controle do Congresso

Donald Trump: ex-presidente é atualmente favorito nas primárias republicanas. (AFP/Getty Images)

Donald Trump: ex-presidente é atualmente favorito nas primárias republicanas. (AFP/Getty Images)

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Agência de notícias

Publicado em 8 de outubro de 2023 às 17h53.

Nos Estados Unidos, abriu-se uma nova frente na corrida presidencial de 2024: a ofensiva do Hamas reacendeu as críticas dos candidatos republicanos ao presidente Joe Biden, acusado de não ser forte o suficiente em sua defesa de Israel e sua política em relação ao Irã.

"Esta é uma grande oportunidade para os nossos candidatos estabelecerem um contraste entre os republicanos, que sempre apoiaram Israel, e a fraqueza de Joe Biden", disse Ronna McDaniel, chefe do Comitê Nacional Republicano, no sábado, na Fox News.

Em pouco mais de um ano, os americanos escolherão um presidente e decidirão o controle do Congresso.

Biden, de 80 anos, que concorre a um segundo mandato, poderá enfrentar seu grande rival Donald Trump, atualmente o favorito nas primárias republicanas.

O ex-presidente afirmou no sábado que o ataque a Israel ocorreu porque os Estados Unidos são vistos "como fracos e ineficazes, com um líder à sua frente realmente fraco".

Outros aspirantes à nomeação republicana, como o governador da Flórida, Ron DeSantis, e o ex-vice-presidente Mike Pence, fizeram críticas semelhantes à suposta "fraqueza" do democrata.

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Apoio “sólido e inabalável”

No sábado, Biden proferiu um breve e sério discurso da Casa Branca para enfatizar que o apoio dos Estados Unidos ao Estado judaico é “sólido como uma rocha e inabalável”.

"Hoje, o povo de Israel está sob ataque de uma organização terrorista, o Hamas. Neste momento trágico, quero dizer a eles, ao mundo e aos terroristas de todo o mundo: os Estados Unidos estão ao lado de Israel. Nunca deixaremos de apoiá-lo", declarou o presidente.

As acusações dos republicanos são alimentadas em particular por uma decisão recente de Biden: autorizar o descongelamento de fundos iranianos no valor de 6 bilhões de dólares (30,9 bilhões de reais) para permitir uma troca de prisioneiros com o regime de Teerã.

O senador Rick Scott, entre outros, considerou que ao permitir a transferência desses fundos congelados na Coreia do Sul para Doha, a Casa Branca havia "financiado" a espetacular ofensiva do Hamas.

Há muito tempo apoiador do grupo islâmico palestino, Teerã manifestou publicamente seu apoio aos ataques.

A acusação feriu o governo americano. Um porta-voz da Casa Branca denunciou uma "mentira flagrante", afirmando que "não haviam sido gastos nem um centavo" desses 6 bilhões em temas não relacionados a questões humanitárias.

Em declarações à imprensa no sábado, um alto funcionário do governo acusou os republicanos de "desinformação".

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Congresso

"É cedo demais para dizer" se o Irã está "diretamente envolvido" na ofensiva lançada pelo Hamas contra Israel, e os Estados Unidos "não têm nenhuma indicação" nessa direção no momento, afirmou. No entanto, "não há dúvida de que o Hamas é financiado, equipado e armado pelo Irã e outros", acrescentou.

Além das eleições de 2024, essa ofensiva republicana apresenta problemas políticos imediatos para Biden.

Na verdade, o presidente americano precisará do Congresso se quiser fornecer ajuda adicional significativa a Israel. Os republicanos controlam a Câmara dos Representantes e atualmente bloqueiam a aprovação do orçamento nacional.

Para complicar ainda mais as coisas, a Câmara não está funcionando efetivamente desde a recente destituição de seu líder, Kevin McCarthy, vítima de disputas internas entre os republicanos.

A Casa Branca, por outro lado, aspira que o Senado aprove rapidamente a nomeação de Jack Lew como novo embaixador em Israel, anunciada há mais de um mês, mas isso exigirá alguma boa vontade por parte da minoria republicana na câmara alta.

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