Congresso: membros do comitê de inteligência do Senado até o momento revisaram milhares de páginas de documentos e identificaram 20 pessoas para serem interrogadas (foto/Getty Images)
Reuters
Publicado em 29 de março de 2017 às 21h20.
Washington - Os líderes do Comitê de Inteligência do Senado dos Estados Unidos prometeram nesta quarta-feira que a investigação sobre interferência da Rússia na campanha eleitoral norte-americana de 2016 será bipartidária, em um contraste acentuado ao amargo desacordo bipartidário a cerca de uma investigação similar na Câmara dos Deputados.
Os senadores Richard Burr, presidente republicano do comitê, e Mark Warner, democrata de mesma colocação, disseram em entrevista coletiva que querem determinar se há algo sugerindo uma ligação direta com o presidente Donald Trump.
"Vamos chegar ao fundo disto", disse Warner.
A jovem Presidência de Trump tem sido perturbada por acusações de agências de inteligência dos EUA de que a Rússia buscou ajudá-lo a vencer, enquanto ligações entre membros de sua campanha e a Rússia também estão sob escrutínio. Trump nega tais afirmações e a Rússia nega as acusações.
Burr serviu como assessor de segurança na campanha de Trump, mas disse que não coordenou com a Casa Branca sobre o âmbito da investigação de seu comitê.
Burr se negou a prosseguir com a rejeição da Casa Branca de conspiração entre a campanha de Trump e hackers russos, que autoridades da inteligência dos EUA acreditam terem favorecido Trump durante a campanha presidencial do ano passado contra a candidata democrata Hillary Clinton.
"Seríamos loucos de tentar tirar conclusões de onde estamos investigando", disse Burr. "Vamos entrar um pouco mais a fundo nisto antes de vocês pedirem para escrevermos as conclusões. Isto é claramente algo que pretendemos fazer ao longo do caminho".
Burr e Warner se negaram a comentar sobre a investigação paralela na Câmara, onde o presidente do comitê de inteligência, o aliado de Trump Devin Nunes, tem sido criticado por como lida com a questão.
Alguns democratas da Câmara dos Deputados pediram para Nunes se afastar da investigação após ele se encontrar na semana passada com uma fonte não identificada no complexo da Casa Branca.
Ele disse que a fonte lhe deu informações mostrando que informações da equipe de transição de Trump foram coletadas durante vigilâncias legais de outros alvos.
Warner e Burr destacaram a importância de expor a atividade de hackers russos, que segundo Warner incluem relatos de "mais de mil trolls da internet pagos" que espalham histórias negativas falsas sobre Hillary.
Membros do comitê de inteligência do Senado até o momento revisaram milhares de páginas de documentos e identificaram 20 pessoas para serem interrogadas.
Jared Kushner, genro de Trump e assessor, é o único dos 20 que foi publicamente identificado.