Gorsuch: os republicanos prometem mudar as regras do Senado para garantir a confirmação de Gorsuch (Joshua Roberts/Reuters)
AFP
Publicado em 3 de abril de 2017 às 16h02.
Última atualização em 3 de abril de 2017 às 18h43.
A Comissão de Assuntos Judiciais do Senado americano aprovou, nesta segunda-feira, a nomeação do juiz conservador Neil Gorsuch para a Suprema Corte.
Desta forma, a designação será abordada na sexta-feira no plenário da Casa.
Em um adiantamento da batalha que se apresentará no Senado, o nome de Gorsuch foi aprovado com o voto favorável dos 11 senadores do Partido Republicano, mas foi rechaçado por nove legisladores do Partido Democrata.
Espera-se que a disputa no Senado seja muito apertada, e é possível que os republicanos convoquem uma reforma do procedimento para votar uma nomeação para a Suprema Corte.
A atual regra indica que o debate na plenária termina sumariamente e segue-se para o voto se contarem com pelo menos 60 dos 100 votantes, mas 41 legisladores democratas já adiantaram que obstruirão a votação.
Neste quadro, o líder da bancada majoritária, o republicano Mitch McConnell, tem a opção de modificar temporariamente a norma para reduzir o número de votos necessários para uma maioria simples.
Esse mecanismo é conhecido como "opção nuclear" e o próprio McConnell afirmou que está disposto a aplicá-lo.
Os republicanos possuem 52 cadeiras no Senado, contra 48 dos democratas, embora três legisladores deste último grupo já tenham dito que votariam a favor de Gorsuch.
Juiz federal do Colorado, Gorsuch foi designado em janeiro para ocupar o posto vago que se abriu na Suprema Corte com a morte, no ano passo, do juiz ultraconservador Antonin Scalia.
Depois da morte de Scalia, o então presidente Barack Obama designou o juiz Merrick Garland para a Corte, mas o Senado, já dominado pelos republicanos, se negou a analisar sua confirmação em um ano eleitoral.