Mario Monti reiterou que o objetivo da Itália de equilibrar seu orçamento para 2013 (Andreas Solaro/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2011 às 14h32.
Bruxelas - A Comissão Europeia (CE) pediu à Itália que realize mais reformas e as aplique mais rapidamente para cumprir com os objetivos do déficit e estimular seu crescimento interno, afirmou o organismo em um relatório entregue aos ministros das Finanças da Zona Euro.
"São necessárias medidas adicionais para assegurar o cumprimento dos objetivos de redução orçamentária (...) e estimular também de novo o crescimento", diz o relatório depois de uma avaliação de técnicos europeus na Itália, e que será submetido à discussão do Eurogrupo.
Este informe será analisado na reunião dos ministros das Finanças que integram o Eurogrupo. Na ocasião, estará presente o presidente do governo italiano, Mario Monti, na qualidade de titular da pasta.
"A Itália deve atuar rapidamente dado o considerável desafio que a espera. Para inverter a tendência dos mercados, o país deve acelerar suas reformas", ressalta o documento, que coincide com o momento crítico do país, que já teve que pagar juros astronômicos que refletem uma agravação da crise da dívida.
Após mostrar sua satisfação pelas recentes promessas das autoridades italianas, o executivo europeu acredita que isto representa "um sólido início para uma nova reforma mais ambiciosa, necessária para estimular o crescimento e reduzir as fraquezas" da economia italiana, arruinada pela colossal dívida de 1,9 trilhão de euros (120% do PIB) e pelo minúsculo crescimento da atividade econômica nos últimos anos.
Monti reiterou o objetivo da Itália de equilibrar seu orçamento para 2013 e prometeu adotar "o mais rápido possível" medidas para relançar o crescimento.
Estas medidas incluem a reforma do sistema previdenciário e do mercado de trabalho para reduzir a dívida e relançar o crescimento, mantendo a igualdade social. Estas medidas serão submetidas ao Parlamento.
Durante visita a Roma na sexta-feira passada, o comissário europeu, Olli Rehn, insistiu para que a Itália adote um ambicioso plano de reformas e advertiu que se os juros da dívida permanecerem altos por muito tempo, o "impacto será negativo para o setor financeiro e para a economia real".