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Comissão eleitoral recomenda anular eleições no Haiti

"Seria justo e equilibrado, ao menos em nível de eleições presidenciais, que o processo fosse retomado do zero", declarou o presidente da comissão


	Eleições: Benoit justificou a recomendação pelo fato de que "o número de votos não verificáveis praticamente superou os votos legítimos"
 (Andres Martinez Casares / Reuters)

Eleições: Benoit justificou a recomendação pelo fato de que "o número de votos não verificáveis praticamente superou os votos legítimos" (Andres Martinez Casares / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2016 às 09h14.

A comissão independente de verificação e avaliação eleitoral do Haiti recomendou em um relatório entregue nesta segunda-feira a anulação do primeiro turno das eleições presidenciais celebradas no dia 25 de outubro passado, devido a fraudes.

"Seria justo e equilibrado, ao menos em nível de eleições presidenciais, que o processo fosse retomado do zero", declarou François Benoit, presidente da comissão.

Benoit justificou a recomendação pelo fato de que "o número de votos não verificáveis praticamente superou os votos legítimos obtidos pelos políticos".

O Haiti está mergulhado em uma crise política profunda desde a suspensão do processo eleitoral, em janeiro, devido a acusações da oposição naquele momento sobre um "golpe de Estado eleitoral" fomentado pelo então presidente Michel Martelly.

O relatório da comissão, que analisou durante um mês documentos eleitorais, confirma as acusações de fraude formuladas pela oposição e as principais organizações da sociedade civil.

"Tomaram liberdades em relação à lei, ao processo eleitoral, e criaram uma ampla gama de votos fantasma, inverificáveis", explicou François Benoit.

"Gente desaparecida por morte natural, principalmente durante o terremoto, ainda aparece nos padrões eleitorais", denunciou.

Após vários adiamentos das eleições, Martelly concluiu seu mandato no dia 7 de fevereiro, sem entregar o cargo a um sucessor.

Jocelerme Privert assumiu como presidente provisório por três meses, para organizar eleições no dia 24 de abril, mas a desconfiança no seio da classe política bloqueou o processo, mergulhando o país na incerteza.

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