Putin: segundo os analistas, Putin será reeleito com mais de dois terços dos votos (Sergei Karpukhin/Reuters)
EFE
Publicado em 28 de dezembro de 2017 às 14h36.
Moscou - A Comissão Eleitoral Central (CEC) deu nesta quinta-feira sinal verde para que Vladimir Putin inicie sua campanha para as eleições presidenciais de março de 2018.
A CEC precisou de um só dia para verificar os documentos apresentados ontem pessoalmente por Putin, que agora terá que obter 300 mil assinaturas para concorrer como candidato independente.
Para isso, um grupo de eleitores que apoiam o chefe do Kremlin se registrou na comissão, que nesta semana negou o registro da candidatura do líder da oposição, Alexei Navalny.
É a terceira vez que Putin concorre nas eleições presidenciais como independente, após os anos de 2000 e 2004, já que em 2008 foi candidato pelo partido governista Rússia Unida.
Ao anunciar seus planos, o presidente russo afirmou que espera contar com os partidos políticos que compartilham sua visão, e recebeu nas últimas duas semanas o apoio do Rússia Unida, do partido social-democrata Rússia Justa e dos Verdes.
Navalny, que culpou diretamente Putin por estar inelegível devido aos seus antecedentes criminais, convocou para 28 de janeiro uma jornada de protestos a favor de uma "greve de eleitores".
O opositor alertou que o Kremlin tentará fraudar os números de participação, depois que nas últimas eleições legislativas menos da metade dos eleitores foram às urnas.
A presidente da CEC, Ela Pamfilova, advertiu hoje às autoridades locais contra qualquer tentativa de inflar os níveis de participação.
"Não só não precisamos, como também é muito prejudicial. Causa muito mais danos ao sistema eleitoral do que uma participação menor do que o esperado. A participação deve ser absolutamente voluntária", apontou.
O Kremlin, que nega que a ausência de Navalny possa deslegitimar a reeleição de Putin, pediu a investigação tanto do boicote eleitoral quanto da jornada de protestos.
Segundo os analistas, Putin será reeleito com mais de dois terços dos votos, o que lhe permitirá permanecer no Kremlin até 2024.