Presidente-eleito da Coreia do Sul, Moon Jae-in, dia 09/05/2017 (Kim Kyunghoon/Reuters)
EFE
Publicado em 9 de maio de 2017 às 15h50.
Última atualização em 9 de maio de 2017 às 16h21.
Seul - O liberal Moon Jae-in venceu as eleições presidenciais encerradas ontem na Coreia do Sul, segundo confirmou nesta quarta-feira (data local) a Comissão Eleitoral Nacional (NEC).
Com mais de 88% dos votos apurados, Moon atingiu 40,28% dos votos, frente ao 25,08% de seu perseguidor imediato, o conservador Hong Yoon-pyo.
O centrista Ahn Cheol-soo, que no início da campanha era visto como o principal candidato para bater de frente com Moon, foi finalmente o terceiro candidato mais votado, com 21,49% dos votos.
Em quarto lugar aparece Yoo Seung-min (6,63%), do conservador Partido Bareun (uma cisão da legenda da presidente anterior, Park Geun-hye, após o escândalo da "Rasputina"), e em quinto a progressista Sim Sang-jeung (5,98%), do Partido da Justiça, a única mulher entre os 13 candidatos dos pleitos presidenciais sul-coreanos.
As eleições estiveram enormemente condicionadas pelo escândalo de corrupção da "Rasputina" (Relembre o caso), que provocou a destituição de Park Geun-hye em março e forçou a antecipação para maio das eleições, previstas inicialmente para dezembro.
Estas eleições presidenciais registraram a maior participação em duas décadas, 77,2%, cifra que demonstra a indignação gerada por um escândalo que explodiu há pouco mais de seis meses e levou milhões de sul-coreanos às ruas para pedir a renúncia de Park.
A ex-presidente, que está em prisão preventiva, foi acusada de criar uma rede com sua amiga Choi Soon-sil, conhecida como "Rasputina" por sua influência sobre a ex-presidente, que supostamente obteve milhões de dólares em subornos de grandes empresas.
Moon Jae-in
Filho de refugiados norte-coreanos e ex-membro das forças armadas da Coreia do Sul, Moon é advogado e por anos se dedicou aos direitos humanos. Em 2012, disputou a presidência, mas perdeu o cargo para Park.
Hoje com 64, sua vitória encerra anos de governos conservadores no país. Em relação aos vizinhos do Norte, a expectativa é a de que o novo presidente adote uma postura menos beligerante e mais diplomática.