A sul-coreana Lee Soon-kyu, 85 anos, encontra seu marido norte-coreano: na próxima quinta-feira, os familiares se despedirão sem a certeza de que voltarão a se ver (Reuters / KOREA POOL / Yonhap)
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2015 às 08h42.
Seul - Mais de 400 integrantes de 96 famílias das Coreias do Norte e do Sul se reuniram nesta terça-feira, pela primeira vez em mais de seis décadas, em um encontro de parentes separados dos dois países realizado no complexo turístico do monte norte-coreano de Kumgang.
Os protagonistas foram 389 sul-coreanos e 141 norte-coreanos que mantiveram um encontro coletivo durante duas horas, o evento inicial da primeira das duas rodadas de reuniões que acontecerão até a próxima segunda-feira, informou o Ministério da Unificação de Seul.
Após a primeira reunião, realizada em um grande salão de festas, vai acontecer um jantar também coletivo e apenas amanhã os integrantes das famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-53) poderão passar um tempo a sós.
As autoridades de Seul e Pyongyang entregaram aos participantes um documento com normas e restrições durante os encontros, como, por exemplo, não falar de política.
Na próxima quinta-feira, os familiares se despedirão sem a certeza de que voltarão a se ver, já que a fronteira entre as duas Coreias permanece hermeticamente fechada e os dois governos proíbem contatos não autorizados entre cidadãos das duas metades da península. Além disso, a maior parte dessas pessoas tem idade avançada.
Os encontros continuarão no sábado com uma segunda rodada na qual mais 90 famílias divididas se reunirão durante três dias até a segunda-feira.
O primeiro encontro de famílias aconteceu em 1985 e, desde então, foram organizadas até agora 19 edições, quase todas na última década, nas quais participaram por volta de 18,8 mil pessoas de ambos os lados.
O encontro de hoje é o primeiro desde fevereiro de 2014 e acontecerá graças ao acordo selado entre Seul e Pyongyang em agosto para pôr fim à tensão militar e melhorar suas relações.