Veterano de guerra iraquiano Eddie Ray Routh (foto) acusado de matar Chris Kyle, ex-membro das forças especiais dos EUA (Erath County Sheriffs Office/Handout via Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2015 às 21h59.
Washington - Coincidindo com o sucesso nas bilheterias de "Sniper Americano", o homem acusado de matar Chris Kyle, ex-membro das forças especiais que inspirou o personagem do filme de Clint Eastwood, interpretado por Bradley Cooper, será processado a partir desta quarta-feira no Texas (sul).
O também ex-membro das forças especiais Eddie Ray Routh, de 27 anos, foi acusado de matar Chris Kyle, de 38, e seu amigo, Chad Littlefield, de 35, em um clube de tiro campestre de Glen Rose, no sudoeste de Forth Worth (Texas), em 2 de fevereiro de 2013.
Chris Kyle era considerado uma lenda por ter em seu registro oficial a morte de 160 alvos durante seus quatro turnos de serviço no Iraque, mas ele dizia ter matado até 255 pessoas.
O sucesso de sua autobiografia inspirou o filme "Sniper Americano", um sucesso de bilheteria nos cinemas dos Estados Unidos e que tem seis indicações ao Oscar, entre eles o de Melhor Filme e Melhor Ator para Cooper.
As audiências do processo começarão na quarta-feira e devem durar, segundo a imprensa americana, duas semanas.
A seleção dos doze jurados terminou nesta segunda-feira.
Routh é acusado de matar os dois homens antes de fugir no carro de Kyle. Detido no mesmo dia na casa da irmã, o ex-membro das forças especiais americanas confessou os dois assassinatos.
Kyle sofria de estresse pós-traumático e isto o levou a participar da criação da fundação Fitco Cares para atender soldados com os mesmos problemas.
O jovem que pode ir para a prisão tem uma alternativa, pois o promotor Alan Nash anunciou que não pedirá a pena de morte.
Se for confirmado que sofre de uma doença mental, o que será a alegação da defesa, ele poderá passar o resto da vida em uma instituição psiquiátrica.
O juiz Jason Cashon rejeitou o pedido da defesa de alterar e adiar o processo, devido à comoção que o filme pode suscitar.
Nesta terça-feira, um dos advogados do acusado, J. Warren St John, pediu ao júri para julgar o jovem "como uma pessoa". "Ele não é uma personalidade da televisão", disse o advogado, citado pelo jornal Dallas Morning News.
"Chris Kyle era um herói, mas apesar do que vocês viram ou leram, apesar de sua morte afetá-los, devem dizer que (Routh) é inocente", disse a defesa, explicando porque vão alegar a doença mental.
O ex-membro das forças especiais virou famoso depois do lançamento de suas memórias e passou a ser conhecido como "o franco-atirador de elite mais mortal da história militar americana".
O filme, que faturou mais de US$ 280 milhões desde sua estreia, há sete semanas, ajudou a impulsionar a notoriedade do personagem polêmico.