Documentos da Operação Condor: a Operação Condor foi implementada pelas ditaduras do Chile, Argentina, Brasil, Uruguai, Bolívia, Peru, Equador e Paraguai . (Divulgação / Arquivo Público)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2013 às 16h26.
Buenos Aires - A justiça da Argentina iniciou nesta terça-feira em Buenos Aires o julgamento por crimes contra a humanidade cometidos durante a Operação Condor, aliança entre vários regimes militares da América do Sul que entre os anos 70 e 80 reprimiu as forças de oposição.
Os principais acusados no processo são os ex-ditadores argentinos Jorge Rafael Videla e Reynaldo Bignone.
Entre os 25 réus também se encontram o ex-ministro do Interior Albano Harguindeguy, o ex-general Luciano Benjamín Menéndez, que acumula sete penas por prisão perpétua, e os militares de alta patente Antonio Bussi, Santiago Riveros e Ramón Díaz Bessone.
O único não argentino acusado é o uruguaio Manuel Cordero, que foi extraditado do Brasil. O tribunal responsável pelo caso julgará os crimes cometidos contra 106 vítimas, das quais 48 são uruguaias e os demais de nacionalidade argentina, paraguaia, chilena, boliviana e peruana.
"Este julgamento tem uma importância fundamental porque demonstrará que houve uma formação de quadrilha das ditaduras sul-americanas para deter e fazer desaparecer opositores políticos e permitirá que todas as vítimas do continente obtenham justiça", declarou à Agência Efe a advogada de acusação Alcira Ríos.
A Operação Condor foi implementada pelas ditaduras do Chile, Argentina, Brasil, Uruguai, Bolívia, Peru, Equador e Paraguai para compartilhar informação, perseguir, assassinar, desaparecer ou deportar dissidentes para fora de seus países.