Julgamento: ele enfrenta acusações de deserção e má conduta frente o inimigo, colocando em perigo a cadeia de comando, um batalhão ou um lugar (Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2015 às 08h25.
O ex-soldado americano Bowe Bergdahl, que foi prisioneiro dos talibãs no Afeganistão durante cinco anos, até uma troca por cinco detentos de Guantánamo, foi acusado de deserção e comparecerá nesta terça-feira a uma corte marcial dos Estados Unidos.
O objetivo da audiência na base de Fort Bragg, na Carolina do Norte, é determinar como acontecerá o julgamento.
Bowe Bergdahl, de 29 anos, deve ouvir as acusações e terá a oportunidade de se declarar culpado ou inocente.
Também pode deixar a decisão para um momento mais adiante, durante o julgamento.
O ex-soldado, que corre o risco de ser condenado à prisão perpétua, enfrenta duas acusações: "deserção" e "má conduta frente o inimigo, colocando em perigo a cadeia de comando, um batalhão ou um lugar".
Único soldado capturado pelos rebeldes durante a guerra no Afeganistão, Bergdahl foi detido por integrantes da rede Haqqani, vinculada aos talibãs, depois de ter sido reportado como desaparecido de seu posto na região leste do Afeganistão, perto da fronteira com o Paquistão, em junho de 2009.
O caso é extremamente delicado para o governo de Barack Obama, acusado pelos conservadores de ter passado por cima do Congresso quando autorizou a troca de prisioneiros e de ter feito concessões muito grandes ao talibãs para obter a libertação do soldado, capturado em condições pouco claras.
Uma investigação estava em curso para determinar as circunstâncias do sequestro.
Alguns soldados que estavam com ele afirmaram que Bergdahl abandonou seu posto voluntariamente e colocou em perigo os soldados que saíram em sua busca.