Soldados leais ao soldado sírio, Bashar al-Assad, em Idlib (SANA/Reuters)
AFP
Publicado em 7 de setembro de 2018 às 09h19.
Os presidentes iraniano, russo e turco deram início, nesta sexta-feira (7), à cúpula em Teerã dedicada à situação na província de Idlib, último grande bastião extremista e rebelde de Síria - confirmou um fotógrafo da AFP.
Hassan Rohani, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan estão reunidos no norte da capital iraniana, no momento em que a comunidade internacional tem as atenções voltadas para Idlib. Teme-se um desastre humanitário diante da iminência da ofensiva por parte do governo.
A luta contra "o terrorismo" em Idlib é inevitável, mas "não se deve fazer os civis sofrerem",
declarou Rohani, hoje, na capital iraniana, por ocasião da cúpula.
"Combater o terrorismo em Idlib é uma parte inevitável da missão, que consiste em levar paz e estabilidade à Síria, mas esse combate não deve fazer os civis sofrerem, ou levar a uma política de terra arrasada", declarou Rohani.
Já o presidente turco advertiu contra o "banho de sangue", em caso de ofensiva.
De acordo com Erdogan, um assalto à província provocaria "uma catástrofe, um massacre e um drama humanitário".
"Não queremos de modo algum que Idlib se transforme em banho de sangue", acrescentou, acompanhado de Rohani e Putin, aliados do governo sírio.
Nesta sexta, aviões russos bombardearam posições rebeldes e extremistas em Idlib, deixando dois mortos, informou uma ONG.
Decidido a recuperar o conjunto do território sírio, o presidente Bashar al-Assad congrega esforços nos arredores da província, na fronteira com a Turquia. A região é dominada pelos extremistas do Tahrir al-Sham (HTS) e também acolhe importantes facções rebeldes.
As forças sírias realizam há dias disparos de artilharia contra a zona, enquanto o aliado russo lança bombardeios aéreos esporádicos, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
"O objetivo é destruir as fortificações dos insurgentes", afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
Na cúpula desta sexta, Rússia e Irã deverão levar em conta a posição da Turquia, aliada dos rebeldes, que dispõe de tropas em Idlib e teme uma chegada em massa de refugiados a seu território.