A eleição acontece em 3 de novembro e, por ora, Biden lidera em números absolutos (Drew Angerer/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2020 às 06h41.
Última atualização em 17 de agosto de 2020 às 08h10.
A reta final da corrida à Presidência dos Estados Unidos começa para valer. A partir desta segunda-feira, 17, durante quatro dias, acontece a convenção do Partido Democrata que vai oficializar a candidatura de Joe Biden e de sua vice, Kamala Harris. O evento estava marcado para Wisconsin, um dos mais importantes estados-pêndulo -- os decisivos, que não são fiéis a nenhum dos dois partidos. Mas, pela pandemia, será realizado de forma virtual (veja abaixo a agenda da convenção).
A eleição acontece em 3 de novembro e, por ora, Biden lidera em números absolutos: 50% das intenções de voto, contra 42% do presidente Donald Trump (o restante não confirma voto em nenhum dos dois), segundo a média das pesquisas do Real Clear Politics. Biden aparece vencendo em estados decisivos como Flórida, Pensilvânia, Minnesota e Wisconsin, justamente os que deram vitória a Trump em 2016.
Pela somatória dos estados em que vence hoje, Biden conseguiria 322 dos 538 votos no colégio eleitoral, o número que importa nos EUA. O site FiveThirtyEight dá 71% de chance de vitória ao democrata, mas afirma que os 29% de chances de Trump "não podem ser descartados".
A convenção partidária nos últimos anos, em vez de escolher os candidatos, vem servindo sobretudo para reunir as estrelas do partido em um gás final da campanha. Neste ano, entre os discursos previstos estão os de Barack Obama, Elizabeth Warren e Hillary Clinton, derrotada por Trump em 2016. Andrew Cuomo, governador de Nova York, fala já nesta segunda, assim como Bernie Sanders, líder da ala mais progressista do partido e que foi rival de Biden nas primárias. Após Sanders, a ex-primeira-dama Michelle Obama fecha o dia nesta segunda-feira, às 22 horas. Alexandria Ocasio-Cortez, a deputada e estrela em ascensão da ala de Sanders no partido, fala na terça-feira, assim como o ex-presidente Bill Clinton.
O evento terá motes como “Nós, o povo” e “Liderança importa”, mas há poucas dúvidas de que o fio condutor da convenção serão as críticas à atuação desastrosa de Trump diante da maior emergência de saúde pública dos últimos cem anos. O coronavírus infectou 5,3 milhões de pessoas e já deixou mais de 168.000 mortos nos EUA, que ainda lidera globalmente em casos e vítimas e sofre com uma segunda onda da doença em estados do Sul, como a Flórida, e da costa leste, como a Califórnia.
O coronavírus também mudou a forma de fazer campanha na eleição, e só mais tarde analistas conseguirão avaliar os impactos desse novo modelo. Biden cancelou as aparições públicas desde março. Trump tentou um comício em Tulsa e aparições no 4 de julho, mas o público não esteve nem perto do que o republicano esperava.
Por fim, as transmissão das convenções pela TV sempre são um ponto alto do ano eleitoral e costumam marcar o início da fase decisiva da campanha. Este ano, com o formato incomum, ninguém sabe o que esperar dos eventos. A convenção republicana também está marcada para a semana seguinte.
Os discursos dos principais nomes começam a partir das 21 horas. O Partido Democrata disponibilizou um site que terá transmissão ao vivo da convenção a e agenda completa está disponível neste link. Veja abaixo os principais discursos de cada dia.
SEGUNDA-FEIRA, 17
Senadora Amy Klobuchar, governador Andrew Cuomo, Senador Bernie Sanders, ex-primeira-dama Michelle Obama
TERÇA-FEIRA, 18
Ex-secretário de Estado John Kerry, deputada Alexandria Ocasio-Cortez, ex-presidente Bill Clinton, Jill Biden (esposa de Joe Biden)
QUARTA-FEIRA, 19
(o dia contará com show da cantora Billie Eilish, a partir das 21 horas)
Senadora Elizabeth Warren, deputada Nancy Pelosi, ex-secretária de Estado e ex-candidata Hillary Clinton, senadora e candidata a vice-presidente Kamala Harris, ex-presidente Barack Obama
QUINTA-FEIRA, 20
Ex-pré-candidato em 2020 Pete Buttigieg, empresário Andrew Yang, discurso final do candidato à Presidência, Joe Biden