Moscou - A Rússia anunciou nesta sexta-feira que seu comboio com ajuda humanitária para a população do leste da Ucrânia entrará no país mesmo sem obter autorização do governo de Kiev.
"A parte russa decidiu atuar. Nossa unidade com carga humanitária começa a se dirigir para Lugansk", advertiu a chancelaria russa, que acusa as autoridades ucranianas de atrasarem intencionalmente os procedimentos alfandegários.
Segundo uma declaração publicada na página oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, "os intermináveis atrasos artificiais para começar a entrega da ajuda humanitária russa às regiões do sudeste da Ucrânia são intoleráveis".
Moscou advertiu contra qualquer tentativa de impedir essa missão humanitária e alertou que a responsabilidade por possíveis provocações recairá "sobre aqueles que estão dispostos a continuar sacrificando destinos humanos em prol de suas ambições e planos geopolíticos".
E lembrou que a coluna formada por mais de 260 caminhões permanece na fronteira russo-ucraniana há mais de uma semana apesar dos esforços "sem precedentes" para cumprir todas as formalidades necessárias.
"Enquanto isso, Kiev há vários dias adia dar seu aval, necessário ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha, inventando novos pretextos e, ao mesmo tempo, intensificando seus ataques contra Lugansk e Donetsk", acrescentou a declaração.
Moscou explicou que na quarta-feira começaram os procedimentos alfandegários, mas ontem eles foram suspensos sob o argumento de que os combates se intensificaram na cidade de Lugansk.
"Em outras palavras, as autoridades ucranianas bombardeiam elas mesmas o ponto de destino da ajuda (humanitária) e por esse mesmo motivo proíbem que o transporte até ali", acusou a declaração.
A julgar por tudo, acrescentou o Ministério de Relações Exteriores, Kiev se coloca como objetivo tomar de maneira definitiva as cidades de Lugansk e Donetsk até 24 de agosto, quando Ucrânia celebra o Dia da Independência.
O comboio, com cerca de duas mil toneladas de ajuda, partiu dos arredores de Moscou há dez dias e há oito está na fronteira com a Ucrânia.
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1. Conflitos
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1/12 (Scott Olson/Getty Images)
São Paulo – Desde 2008, mais países deterioraram sua situação de paz (110) do que melhoraram (48), é o que mostra o
Global Peace Index 2013 (Índice Global de Paz, em tradução livre), elaborado pelo Instituto para Economia e Paz (IEP). O
ranking lista a situação em 162 países. O
Afeganistão é o país menos pacífico. Nos últimos seis anos, o nível de paz teve uma deterioração de 5% - indicando que o mundo está menos pacífico. No período, os três países que registraram as maiores melhoras no indicador foram China, Georgia e Haiti. Os três com as maiores deterioração foram Síria, Líbia e Ruanda.
O Brasil ocupou a 81º posição. O índice é composto por 22 indicadores qualitativos e quantitativos que são inseridos em três temas: o nível de segurança na sociedade, a extensão de conflitos domésticos ou internacionais e o nível de militarização. Veja nas fotos os 10 países menos pacíficos do mundo.
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2. 162. Afeganistão
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2/12 (Shah Marai/AFP)
O Afeganistão somou 3.440 pontos. Com conflitos e instabilidade durante grande parte das últimas duas décadas, o país seguiu longe da paz em 2012. No ano passado, ocorreram menos mortes em decorrência do conflito interno e o número de refugiados também caiu mas outros quatro indicadores pioraram e o país voltou ao último lugar do ranking. Dados da ONU citados no estudo indicam que 2.854 civis foram mortos durante 2012, ante 3.021 em 2011. A queda é atribuída à diminuição dos enfrentamentos entre o Talibã e as tropas norte-americanas, menos ataques aéreos e por insurgentes.
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3. 161. Somália
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3/12 (Abdurashid Abdulle/AFP)
Depois de dois anos, a Somália saiu do primeiro lugar da lista. O estudo destaca que o número de fatalidades resultantes de conflitos internos caiu e as relações com os países vizinhos melhoraram. A piora das condições no Afeganistão também contribuiu. A Somália registrou 3.394 pontos. A cena política segue instável na Somália. O primeiro parlamento formal do país desde 1991, quando teve início a guerra civil, deu início às suas atividades em agosto de 2012. O número de ataques de piratas na costa da Somália também diminuiu em 2012, quando foram registrados 75 ocorrências, segundo o International Maritime Bureau (escritório marítimo internacional), comparado a 237 em 2011.
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4. 160. Síria
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4/12 (Aamir Qureshi/AFP)
A Síria registrou a maior queda da história no índice – e a maior deterioração na paz entre 2012/2013. O conflito entre os defensores de Bashar al-Assad e seus oponentes foi o mote. A ONU estima que 70.000 pessoas foram mortas nessa guerra civil desde março de 2011. A Síria obteve 3.393 pontos. Até o final de 2012, mais de 500.000 refugiados tiveram sua entrada registrada no Egito e em outros países vizinhos. Estima-se que 2,3 milhões tiveram que deixar suas casas na Síria. A maior parte dos indicadores da Síria no ranking pioraram significativamente, como os crimes violentos, a taxa de homicídios e as atividades terroristas.
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5. 159. Iraque
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5/12 (Getty Images)
O Iraque tornou-se menos pacífico em 2012, muito em decorrência de um aumento substancial nos gastos militares, para cerca de 7,1% do PIB, ante 3,1% em 2011. O Iraque segue sendo um país muito militarizado. No período, suas relações com os vizinhos pioraram, especificamente com a Turquia. O Iraque obteve 3.245 pontos no índice. O número de refugiados e de pessoas deslocadas dentro do país segue sendo um dos maiores do mundo (8,5% da população) apesar de ter registrado queda. Já as taxas de homicídio, crimes violentos, percepções de criminalidade e a possibilidade de demonstrações violentas e atividades terroristas mantiveram os números do ano passado – os mais altos possíveis.
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6. 158. Sudão
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6/12 (Ashraf Shazly/AFP)
O Sudão registrou 3.242 pontos. O país tornou-se um pouco mais pacífico em 2012/2013, passando o Iraque, mas segue entre os cinco últimos do ranking. Medidas do conflito interno e mortes relacionadas a conflitos caíram do nível muito elevado em que estavam, assim como a taxa de homicídios – mas o país ainda enfrenta vários conflitos. O número de refugiados e de pessoas que tiveram que migrar dentro do páis aumentou novamente, chegando a 14,2% da população do Sudão. A ONU estima que até 300.000 pessoas tenham morrido e cerca de 2,7 milhões tenham sido forçadas e abandonar suas casas em decorrência dos efeitos da guerra, fome e doenças em Darfur desde 2003. Atividades terroristas aumentaram, assim como o número de serviços pessoais armados. A cena política segue instável. A pontuação do Sudão para a escala de terror político segue no pior nível possível desde 2012.
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7. 157. Paquistão
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7/12 (Zohra Bensemra / Reuters)
O Paquistão tornou-se ainda menos pacífico em 2012. Três indicadores deterioraram: a intensidade do conflito interno, a atividade terrorista e o nível de crime violento. A cena política seguiu instável em 2012. Apesar de tensões entre o governo de coalisão e o exército, o parlamento deve completar seu mandato de cinco anos, uma raridade no Paquistão. Sua posição na escala de terror político coloca o Paquistão no nível mais alto pelo segundo ano consecutivo. O país registrou 3.106 pontos no índice.
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8. 156. República Democrática do Congo
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8/12 (REUTERS)
A pontuação obtida pela República Democrática do Congo foi de 3.085 pontos, uma pequena mudança. O indicador de conflito interno subiu para o nível mais alto e as atividades terroristas registraram queda modesta. O país subiu de posição mais em decorrência da piora das condições no Paquistão e na Síria do que por melhorias internas. As relações do país com seus vizinhos mantém uma pontuação média – as relações com Angola seguem tensas. Os gastos militares seguem em um nível relativamente baixo (1,3% do PIB), comparado aos 2,2% da república do Congo e 3,3% de Angola.
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9. 155. Rússia
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9/12 (Getty Images)
A paz na Rússia caiu entre 2012/2013. Fatalidades decorrentes de conflitos internos diminuíram, assim como a atividade terrorista, mas os gastos militares aumentaram (para 3% do PIB, um nível considerado alto segundo a comparação internacional, mas abaixo do norte-americana, 4,1%). As exportações de armas, o número de armas pesadas e o tamanho da força policial em relação ao da população seguem entre os maiores do mundo. A população encarcerada caiu, mas segue alta – somente Cuba, Eritrea, Ruanda, Estados Unidos e Coreia do Norte encarceram uma proporção maior da sua população. A pontuação da Rússia foi 3.060 pontos.
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10. 154. Coreia do Norte
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10/12 (AFP)
A pontuação da Coreia do Norte piorou entre 2012 e 2013, chegando a 3.044 pontos. Entre os fatores para a piora estão o aumento da população encarcerada – 830 pessoas por 100.000 habitantes, a proporção mais alta do mundo – além de alegações da existência de 200.000 prisioneiros em seis prisões políticas. A instabilidade política também aumentou no período, assim como os crimes violentos. Desde que Kim Jong-Um assumiu o poder, em dezembro de 2011, as tensões na região tornaram-se alarmantes. Recentemente, o país divulgou fotos de treinamentos militares e
fez ameaças de ataques. Estima-se que os gastos militares cheguem a 20% do PIB do país – a maior proporção dentre os 162 países pesquisados.
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11. 153. República da África Central
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11/12 (Sia Kambou/AFP)
O país tornou-se menos pacífico em 2012, com a deterioração de cinco indicadores. A cena política tornou-se ainda menos estável. O conflito pelo poder nacional entre o governo e grupos rebeldes se intensificou. Armas leves são facilmente obtidas e os gastos militares subiram para 2,6% do PIB. A República da África Central obteve 3.031 pontos.
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12. Veja também quais são os países mais pacíficos
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12/12 (AFP)