Fumaça é vista em Kobane: combatentes foram detidos pelas autoridades turcas (Aris Messinis/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2014 às 13h39.
Suruc - Mais de uma centena de combatentes curdos da cidade síria de Kobane, sitiada pelos jihadistas, iniciaram uma greve de fome para protestar contra a sua detenção pelas autoridades turcas ao cruzarem a fronteira para receber tratamento.
Ancara os acusa de ligações com os rebeldes curdos na Turquia.
De acordo com um deputado turco pró-curdo, cerca de 160 membros do Partido da União Democrática (PYD), o principal partido curdo sírio, estão detidos há nove dias em uma quadra de esportes em Suruç, perto da fronteira com a Síria, e começaram uma greve de fome.
"Eles estão detidos sem acusações, na maior insegurança jurídica, é uma tragédia", lamentou à AFP Ibrahim Ayhan, deputado do Partido Popular Democrático (HDP, pró-curdo).
Uma centena de outros membros do PYD, entre homens e mulheres, que tinham sido detidos pelas autoridades turcas em sua entrada na Turquia vindos de Kobane foram libertados na madrugada desta terça-feira. A maioria retornou para lutar contra o grupo Estado Islâmico.
Uma autoridade local disse à AFP que essas pessoas haviam sido presas para um controle de identidade de "rotina".
"Há algum tempo, todos aqueles que vêm do outro lado da fronteira são ou membro do YPG (Unidades de Proteção do Povo Curdo, a principal milícia armada curda da Síria) ou do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão, a rebelião curda na Turquia)", acrescentou o funcionário.
Ancara não mantém relações oficiais com o PYD, que considera ser o ramo sírio do PKK, chamado pelo governo turco de movimento "terrorista".