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Combatentes curdos e xiitas decidem coordenar ações em Mosul

Ofensiva contra a cidade tomada pelo EI começou em 17 de outubro com apoio terrestre e aéreo de uma coalizão liderada por Washington

Coalizão que une xiitas, curdos e os Estados Unidos cercou na tarde de ontem todo o perímetro de Mosul (Zohra Bensemra/Reuters)

Coalizão que une xiitas, curdos e os Estados Unidos cercou na tarde de ontem todo o perímetro de Mosul (Zohra Bensemra/Reuters)

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Reuters

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 11h35.

Erbil / Mosul - Combatentes curdos e xiitas do Iraque concordaram em coordenar seus movimentos depois que isolarem Mosul do resto do território ocupado pelo Estado Islâmico no oeste iraquiano e na Síria para ajudar uma ofensiva apoiada pelos Estados Unidos que visa capturar a cidade, disseram autoridades norte-americanas e iraquianas nesta quinta-feira.

O acordo foi acertado durante uma reunião de quarta-feira entre comandantes das forças curdas peshmerga situadas em Sinjar, a oeste de Mosul, e Hadi al-Amiri, líder da Organização Badr, que tem auxílio do Irã e é o maior componente da coalizão paramilitar majoritariamente xiita conhecida como Mobilização Popular.

A Mobilização Popular, ou Hashid Shaabi, foi para o sudoeste de Mosul para completar o cerco do último grande bastião urbano do Estado Islâmico no Iraque.

Mosul já estava cercada por forças do governo e pelos peshmerga no norte, sul e leste. A unidade iraquiana Serviço de Contraterrorismo, treinada pelos EUA, rompeu as defesas dos jihadistas no leste de Mosul no final de outubro e está lutando para ampliar sua presença na área.

A ofensiva começou em 17 de outubro com apoio terrestre e aéreo de uma coalizão liderada por Washington, e está se tornando a campanha mais complexa no Iraque desde a invasão encabeçada pelos EUA que derrubou Saddam Hussein, um sunita, em 2003 e fortaleceu a maioria xiita do país.

Al-Amiri "veio para poder nos coordenar", disse Mahma Xelil, prefeito de Sinjar, cidade onde o Estado Islâmico cometeu suas piores atrocidades depois de tomar a região dois anos atrás, matando e escravizando milhares de membros da minoria yazidi.

Controlar a estrada irá tornar mais fácil para o Exército iraquiano entrar em Tal Afar, disse Xelil. "É preciso haver cooperação entre nós para impedir que o Estado Islâmico movimente seus equipamentos e seus combatentes", acrescentou.

Sinjar foi recapturada um ano atrás pelos peshmerga, forças do Governo Regional do Curdistão, situado no norte do Iraque, e fica a oeste de Tal Afar, outro baluarte do Estado Islâmico localizado 60 quilômetros a oeste de Mosul.

"A junção destas forças reduz enormemente a liberdade de movimento de insurgentes do Estado Islâmico para dentro e para fora de Mosul", disse o coronel da Força Aérea John Dorrian, porta-voz da coalizão liderada pelos EUA sediada em Bagdá.

A conquista de Mosul é vista como crucial para desmantelar o autoproclamado califado do grupo extremista, e seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, que se acredita ter se retirado para uma área remota próxima da fronteira síria, disse a seus combatentes que não pode haver recuo.

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