Argentina: Vista aérea de aposentados, apoiados por torcedores de futebol, protestando contra o governo, em Buenos Aire (Luis Robayo/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 19 de março de 2025 às 13h27.
Com mais apoio, aposentados marcham novamente nesta quarta-feira, 19, pelas ruas da capital argentina, Buenos Aires, para exigir aposentadoria digna ao governo após os duros ajustes implementados pelo presidente Javier Milei. A manifestação, que vai contar com o apoio de torcidas organizadas, sindicatos e movimentos sociais, ocorre uma semana depois de um protesto violento que deixou dezenas de feridos e detidos.
A mobilização também ocorre no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados discute um decreto do governo que busca o apoio do Congresso para a assinatura de uma nova dívida com Fundo Monetário Internacional (FMI). Sem respaldo da maioria, Milei precisa do apoio de aliados para garantir a aprovação da medida.
A Argentina necessita de fundos do organismo para fortalecer suas reservas, em um contexto de nervosismo nos mercados e de crescente intervenção do Banco Central para travar a queda do peso.
A expectativa é que o protesto reúna centenas de manifestantes em frente ao Congresso a partir das 17h. A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, classificou a mobilização como uma tentativa de “desestabilização”.
Desde as primeiras horas desta quarta-feira, dezenas de caminhões das forças de segurança, caminhões-pipa e cercas de metal foram colocadas na frente do Congresso.
“Protesto não é violência. A polícia vai reprimir qualquer atentado contra a República”, alertavam mensagens exibidas nos telões das estações ferroviárias metropolitanas.
O governo busca impedir que se repita o caos do protesto da semana passada, que deixou cerca de 45 feridos e mais de uma centena de detidos em confrontos com a polícia perto do Congresso. Se tratou da manifestação mais violenta contra Javier Milei.
Desde que assumiu o cargo em dezembro de 2022, Milei tem aplicado ajustes rigoros nos gastos públicos. Os aposentados são um dos grupos mais atingidos pela política de ajuste.
Atualmente, cerca de 60% deles recebem um salário mínimo, equivalente a aproximadamente R$ 1.500, além de um bônus de R$ 400, que foi congelado pelo governo no ano passado. Além disso, o fornecimento de medicamentos gratuitos foi reduzido, e os preços dos remédios dobraram no último ano.