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Com japoneses, reféns mortos na Argélia chegam a quase 60

Primeiro-ministro argelino deve realizar entrevista coletiva para dar detalhes sobre o sequestro cometido por militantes ligados à Al Qaeda

Reféns são vistos com as mãos para o alto no complexo de exploração de gás de Amenas (Ennahar TV via Reuters TV/Reprodução)

Reféns são vistos com as mãos para o alto no complexo de exploração de gás de Amenas (Ennahar TV via Reuters TV/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2013 às 08h29.

Argel - O número de reféns mortos nos quatro dias de cerco a um complexo de exploração de gás no Saara argelino subiu para quase 60, depois da notícia de que pelo menos nove japoneses estão entre os mortos.

O primeiro-ministro argelino, Abdelmalek Sellal, deve realizar na segunda-feira uma entrevista coletiva para dar detalhes sobre o sequestro cometido por militantes ligados à Al Qaeda, que capturaram trabalhadores norte-americanos, britânicos, franceses, japoneses, noruegueses e romenos, numa das piores crises internacionais com reféns nas últimas décadas no mundo.

Uma fonte de segurança disse no domingo que soldados argelinos encontraram os corpos de 25 reféns, elevando a 48 o total de cativos mortos, e a pelo menos 80 o total de vítimas fatais do incidente. Essa fonte disse que seis militantes foram capturados vivos, e que militares estão procurando outros.

O número de mortos voltou a subir na segunda-feira, quando uma fonte do governo japonês relatou que a Argélia informou a Tóquio que nove japoneses estavam entre as vítimas fatais, maior grupo entre os estrangeiros na usina.

O veterano militante islâmico Mokhtar Belmokhtar, que é cego de um olho, assumiu a autoria do ataque, em nome da Al Qaeda.

"Nós, da Al Qaeda, anunciamos essa abençoada operação", disse ele em um vídeo, segundo o site regional Sahara Media. Ele disse que cerca de 40 militantes participaram da operação, cifra semelhante à citada pelo governo como sendo o número de sequestradores mortos ou presos.


Os sequestradores, que iniciaram a operação na madrugada da quarta-feira passada, exigiam o fim da intervenção militar francesa no vizinho Mali, que havia começado cinco dias antes. Fontes oficiais dos EUA e Europa, no entanto, acreditam que a operação havia sido planejada com bem mais antecedência.

A situação se tornou sangrenta no dia seguinte, quando o Exército argelino abriu fogo contra sequestradores que tentavam fugir com reféns.

Quase 700 trabalhadores argelinos e mais de cem estrangeiros fugiram, principalmente na quinta-feira, quando os combatentes foram expulsos da ala residencial da usina. Alguns militantes continuaram entrincheirados até sábado dentro do complexo industrial, quando foram finalmente dominados.

A ação abalou as relações da Argélia com seus aliados ocidentais, entre os quais alguns se queixam de não terem sido informados com antecedência da decisão de invadir a usina. França e Grã-Bretanha, no entanto, defenderam a operação militar argelina.

Outros estrangeiros mortos na operação incluem três britânicos, um norte-americano e dois romenos. Ainda estão desaparecidos cinco noruegueses, três britânicos e um estrangeiro residente na Grã-Bretanha. A fonte de segurança disse que há pelo menos um francês entre os mortos.

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