Franco Marini: o anúncio do ex-sindicalista católico Franco Marini como candidato provocou um racha no seio de sua formação, o Partido Democrata (PD) (Franco Origlia/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2013 às 08h40.
Roma - O Parlamento italiano começou nesta quinta-feira a primeira votação para escolher o próximo presidente da República, com a incerteza sobre a eleição de Franco Marini devido à falta de coesão nas fileiras do Partido Democrata (PD).
O chefe de Estado italiano é eleito em uma sessão conjunta do Parlamento, formado por 319 senadores e 630 deputados, e mais 58 delegados regionais, totalizando 1.007 eleitores.
Nas primeiras três votações é preciso somar mais de dois terços dos votos (671), enquanto a partir da quarta sessão vale a maioria absoluta (504).
Estão previstas para hoje duas votações, em procedimento que leva entre quatro e cinco horas, já que os 1.007 eleitores depositam seus votos na urna um por um, após serem chamados pelo nome em ordem alfabética. Depois acontece a apuração em voz alta.
Serão horas de tensão, depois que o líder da centro-esquerda, Pier Luigi Bersani, anunciou como candidato o ex-sindicalista católico Franco Marini, de 80 anos, o que provocou um racha no seio de sua formação, o Partido Democrata (PD).
Bersani sempre defendeu que a figura presidencial deve representar uma grande convergência entre as forças políticas.
Marini recebeu o consenso do conservador Povo da Liberdade (PDL), de Silvio Berlusconi, e da Escolha Cívica, do presidente do Governo interino, Mario Monti.
Segundo a primeira hipótese, se forem confirmados os apoios, Marini pode ser eleito na primeira votação com 698 votos, apesar do parecer contrário dos parceiros de Bersani, a Esquerda, Ecologia e Liberdade, e de uma centena de dissidentes.
Os votos dos membros de esquerda dissidentes do PD podem optar pelo candidato do Movimento 5 Estrelas, Stefano Rodotà, uma figura muito apreciada pela sociedade e por muitos membros da centro-esquerda.
O risco de cisão no PD é evidente e muitos jornais falam hoje da decisão "suicida" de Bersani.