Queimadas costumam ser resultado de ação humana para ampliar fronteira agrícola (Ibere PERISSE/AFP)
AFP
Publicado em 8 de outubro de 2020 às 21h57.
O governo boliviano decretou nesta quinta-feira (8) o estado de desastre nacional devido aos incêndios e secas em cinco dos nove departamentos do país, o que lhe permite solicitar ajuda internacional.
"Estamos declarando desastre nacional devido à seca e incêndios", afirmou durante uma cerimônia pública na região de Santa Cruz (leste) a presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez.
O ministro da Defesa, Luis Fernando Camacho, explicou que os incêndios foram registrados nos departamentos de Santa Cruz, Beni (nordeste), Pando (norte), Chuquisaca (sudeste) e Tarija (sul).
Um sexto departamento, La Paz, está sob avaliação.
"O fogo está avançando rumo à zona de Masicurí (sudeste), incêndios que eram incipientes, mas que se agravaram devido às altas temperaturas", resumiu o ministro.
Segundo o governo, os prognósticos meteorológicos não preveem chuvas nos próximos 10 a 15 dias na Bolívia, o que poderá piorar a situação.
Um relatório da ONG Fundação Amigos da Natureza (FAN) afirma que, desde janeiro até a penúltima semana de setembro, foram registrados na Bolívia incêndios que destruíram 2,3 milhões de hectares de florestas e campos.
Os incêndios na Bolívia costumam ser resultado de queimadas provocadas pelo homem para ampliar a fronteira agrícola e agropecuária. As altas temperaturas também favorecem o surgimento de chamas.
No ano passado, foram registrados em toda a Amazônia boliviana enormes queimadas que devastaram 6,4 milhões de hectares, segundo a FAN.