O premiê da Austrália, Tony Abbott: lista de homenagens compreenderá todos os anos até quatro damas e quatro cavaleiros (Mark Graham/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2014 às 11h27.
Sidney - O primeiro-ministro australiano, o conservador Tony Abbott, partidário da monarquia, foi acusado nesta quarta-feira de ter dado um salto para o passado ao reintroduzir os títulos de dama e cavaleiro na lista de honras atribuídas pela nação a seus cidadãos de destaque.
Abbott havia afirmado na véspera que a lista de homenagens compreenderá todos os anos até quatro damas e quatro cavaleiros, e que a primeira pessoa a receber esta homenagem será Quentin Bryce, governador geral do país, que representa a rainha Elizabeth II.
A Austrália é uma monarquia parlamentar e o chefe de Estado é a soberana da Inglaterra.
Autoridades políticas revelaram que Abbott havia informado a rainha Elizabeth II sobre a proposta, sem discutir com os ministros de seu partido, o Liberal (conservador).
A oposição considera ridícula a iniciativa do chefe de Governo.
"Preocupa-me quando o governo Abbott considera isto uma prioridade", declarou Bill Shorten, líder do Partido Trabalhista (oposição).
"Estamos dando um salto para o passado?", perguntou.
"Realmente trata-se de um passo para trás, para uma mentalidade que data da época colonial, que já superamos enquanto nação", declarou o líder do movimento republicano australiano, David Morris.
"Nossa identidade hoje é australiana e, portanto, nossos títulos honoríficos deveriam ser totalmente australianos", acrescentou.
O títulos foram impostos em 1976 e abolidos uma década depois.
Os australianos rejeitaram em 1999 abandonar o status de súditos reais em um referendo, mas os partidários da República consideram que, cedo ou tarde, ela irá se impor.