A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May (Franco Origlia/Getty Images)
Gabriela Ruic
Publicado em 12 de março de 2019 às 11h17.
Última atualização em 12 de março de 2019 às 16h46.
São Paulo – 46% dos britânicos são contra o acordo do Brexit firmado entre o governo da primeira-ministra, Theresa May, e a União Europeia (UE) e apenas 22% apoiam o documento. É o que revelou uma pesquisa da consultoria YouGov divulgada na manhã desta terça-feira, 12, a semana mais decisiva da história britânica em décadas.
A partir desta terça, uma série de votações sobre a saída do país do bloco europeu devem acontecer no Parlamento e o resultado de cada uma delas traçará o rumo que os britânicos seguirão daqui em diante e determinará os impactos sobre o Reino Unido.
Hoje, o tema da votação foi o acordo em si. Contudo, o mesmo foi rejeitado, fazendo com que May votem a possibilidade de um divórcio sem acordo, o cenário “no deal” nesta quarta-feira, 13. Se isso também for rejeitado, será analisada no dia 14 a extensão do prazo que regula essa saída, marcada para acontecer em 29 de março.
No que depender dos britânicos, 41% acreditam que os membros do Parlamento devem rechaçar o acordo de May, 40% crê que o documento é ruim para o Reino Unido e apenas 15% manifestaram uma opinião favorável aos seus termos. Entre as pessoas que votaram a favor do Brexit em 2016, 47% disseram que as negociações não respeitam o resultado do referendo.
Perguntados sobre a possibilidade do cenário “no deal”, a maioria das pessoas (52%) considera o resultado ruim para o país e manifestou preocupações se isso acontecer (51%). Sobre o futuro nesse caminho, 45% acham que as previsões catastróficas são “exageradas ou inventadas”, enquanto 35% acreditam nos alertas sobre escassez de comida e remédios.
A pesquisa conduzida pela YouGov também analisou o posicionamento dos britânicos sobre a terceira opção na mesa dos parlamentares e que é a extensão no Artigo 50 do Tratado de Lisboa, que regula a saída de países-membros da União Europeia. Segundo o levantamento, 49% dos britânicos preferem a extensão, enquanto 34% preferem o “no deal”. A possibilidade de mudar a data, no entanto, teria de ser aprovada pelo bloco.
A situação nesse momento preza que o prazo que o Reino Unido tem nas mãos para deixar a União Europeia é 29 de março. A partir daí o desligamento se dará automaticamente e o cenário “no deal” se consolidaria. A não ser, é claro, que o Parlamento aprove o acordo que será colocado em votação nesta terça. Mas esse não parece ser o caso.