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Com acordo, Puigdemont pode voltar a presidir a Catalunha

As duas principais forças independentistas informaram que chegaram a um acordo para apoiar a candidatura de Puigdemont

Puigdemont: apesar do acordo, a posse de Puigdemont na Bélgica é vista como difícil (Eric Vidal/Reuters)

Puigdemont: apesar do acordo, a posse de Puigdemont na Bélgica é vista como difícil (Eric Vidal/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 21h53.

Barcelona - Os partidos independentistas catalães Junts per Catalunha (JxCat) e Esquerda Republicana (ERC) anunciaram nesta terça-feira um acordo para que Carles Puigdemont, foragido da Justiça da Espanha na Bélgica, seja empossado mais uma vez como presidente regional.

Em comunicado, as duas principais forças independentistas informaram que chegaram a um acordo para apoiar a candidatura de Puigdemont na sessão que decidirá o novo presidente regional, apesar do relatório contrário dos advogados do parlamento catalão, que consideram que o candidato deve estar presente no debate.

Fontes da ERC explicaram que aprovaram o nome de Puigdemont porque ele será apresentado como o candidato do JxCat para a presidência regional da Catalunha. No entanto, evitaram afirmar se o pacto inclui uma garantia de posse à distância.

Apesar do acordo, a posse de Puigdemont na Bélgica é vista como difícil pelas reservas dos próprios advogados do Parlamento da Catalunha e pela oposição do governo da Espanha, que avisou que recorrerá caso isso ocorra.

O presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy, avisou ontem que apresentará recurso no Tribunal Constitucional contra qualquer tentativa de empossar Puigdemont à distância.

Rajoy também voltou a citar o artigo 155 da Constituição do país, que permite a intervenção do governo central da Catalunha siga em vigor se o presidente catalão não tomar posse.

Para Rajoy, a solução para normalizar a situação na Catalunha seria os independentistas apresentarem um "candidato limpo" à presidência regional. O presidente do governo central citava indiretamente o ex-vice-presidente catalão, Oriol Junqueras, em prisão preventiva.

De qualquer forma, a última palavra sobre a possibilidade de posse à distância será tomada pela futura direção do parlamento catalão, presidida pelo independentista Roger Torrent.

Torrent, porta-voz do Junts pel Sí, antigo partido de Puigdemont, será escolhido para o posto na sessão de amanhã.

As eleições de dezembro foram vencidos pelo Ciudadanos, um partido que defende a unidade da Espanha, mas as três forças independentistas - JxCat, ERC e o Candidatura de Unidade Popular (CUP) - conquistaram 70 cadeiras, garantindo a maioria absoluta.

Entre os separatistas, Puigdemont foi o líder do partido mais votado, o JxCat, e quer a reeleição, mas está na Bélgica acompanhado de quatro de seus antigos conselheiros no governo regional.

Eles fugiram por causa de uma ordem de prisão do Tribunal Supremo da Espanha. Eles são acusados pelos crimes de rebelião e insurreição por terem organizado um processo separatista considerado ilegal.

Caso a posse à distância não seja possível, independentistas ligados ao ex-presidente catalão Artur Mas sugeriram que Puigdemont desista da ideia e busque uma saída que passe pelo Parlamento Europeu, o que o permitia desempenhar um novo papel em defesa da região sem ter que deixar a Bélgica.

Puigdemont foi o presidente regional da Catalunha de janeiro de 2016 até 27 de outubro do ano passado, quando o governo da Espanha decidiu intervir na Catalunha após o parlamento catalão aprovar uma declaração de independência.

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