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Com acordo em risco, presidente ucraniano pede ação no leste

Oleksander Turchinov pediu que forças do governo relancem uma ofensiva contra os rebeldes pró-Rússia depois que um político local foi encontrado morto

Soldados ucranianos são vistos perto de veículos blindados de transporte de pessoal em um posto de controle perto da cidade de Izium (Dmitry Madorsky/Reuters)

Soldados ucranianos são vistos perto de veículos blindados de transporte de pessoal em um posto de controle perto da cidade de Izium (Dmitry Madorsky/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2014 às 19h10.

Kiev/Moscou - O presidente interino da Ucrânia, Oleksander Turchinov, pediu nesta terça-feira que as forças do governo relancem uma ofensiva contra os rebeldes pró-Rússia depois que um político local de seu próprio partido foi encontrado morto com sinais de tortura.

A primeira iniciativa de Kiev para retomar uma das cidades no leste, de maioria étnica russa e ocupada pelos separatistas, fracassou na semana passada, e seus militares suspenderam grande parte das operações desde que Estados Unidos, Rússia, Ucrânia e União Europeia assinaram um acordo em Genebra na última semana com o propósito de apaziguar a crise.

Mas o acordo já se tornou problemático. Nesta terça-feira, Washington e Moscou depositaram um sobre o outro o ônus de sua implementação, incluindo a estipulação de que os rebeldes devem se desarmar e deixar os edifícios governamentais que ocuparam.

Em um apelo que pode complicar os esforços europeus para mediar a crise, Turchinov disse que dois corpos "brutalmente torturados" foram encontrados perto de Slaviansk, o objetivo da ofensiva fracassada do Exército ucraniano. Um deles era de Volodymyr Rybak, membro do partido Batkivshchyna, de Turchinov, recentemente sequestrado por "terroristas", disse ele em um comunicado.

"Estes crimes estão sendo executados com o apoio e a indulgência totais da Federação Russa", afirmou ele. "Peço que as agências de segurança relancem e executem medidas antiterroristas eficazes, com o objetivo de proteger os cidadãos ucranianos que vivem no leste da Ucrânia dos terroristas." Moscou nega estar orquestrando os militantes, que dizem querer a chance de se unir à Crimeia e se tornar parte da Rússia após a derrubada do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich, aliado de Moscou, depois de meses de protestos nas ruas de Kiev.

A polícia informou que o corpo de um homem que sofreu uma morte violenta foi encontrado em um rio. Ele lembrava Rybak, um conselheiro local da cidade de Horlivka, próxima da capital regional, Donetsk, mas uma identificação formal irá exigir mais investigação, acrescentou.

O Batkivshchyna é liderado por Yulia Tymoshenko, ex-primeira-ministra que concorre na eleição presidencial marcada para 25 de maio.


O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse à Rússia nesta terça-feira que "o tempo é curto" para ações que desarmem a crise, mas Moscou recusou a pressão dizendo que pode lidar com quaisquer sanções econômicas mais severas que o Ocidente possa impor.

Em Moscou, o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, declarou ao Parlamento: "Não devemos abandonar a cooperação com empresas estrangeiras, incluindo de países ocidentais, mas estaremos prontos para medidas hostis".

"Tenho certeza de que podemos minimizar seu impacto. Não permitiremos que nossos cidadãos se tornem reféns de jogos políticos".

Até agora, EUA e UE impuseram proibições de vistos e o congelamento de bens a um número limitado de russos por conta da anexação da Crimeia no mês passado.

Falando durante uma visita a Kiev, Biden pediu que Moscou retire as tropas concentradas nas fronteiras da Ucrânia e convença os separatistas a entregar suas armas.

"Ouvimos muitas coisas das autoridades russas nos últimos dias. Mas agora é hora de a Rússia parar de falar e começar a agir", disse ele em uma entrevista coletiva. "Não permitiremos que isso se torne um processo sem fim à vista. O tempo para se fazer progresso é curto".

Biden também usou palavras duras com Kiev, dizendo que o governo ucraniano precisa lidar com a corrupção endêmica que abalou a economia e a confiança pública no Estado. "Para ser muito franco... vocês têm que combater o câncer da corrupção", afirmou ele aos legisladores.

Em Bruxelas, diplomatas da UE disseram que o bloco está retendo a imposição de novas sanções até ver se o acordo de Genebra funciona.

A UE tem sido mais cautelosa que os EUA na retaliação à Rússia porque alguns países membros temem antagonizar um país que fornece um terço do gás da Europa.

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